O Departamento do Trabalho norte-americano ingressou com processo contra a Oracle por discriminação na contratação e nos salários nos Estados Unidos. Segundo o órgão, a companhia "rotineiramente e sistematicamente paga mais a trabalhadores brancos do que às mulheres e minorias nas mesmas posições, bem como discrimina os candidatos não asiáticos no processo de recrutamento.
O processo, apresentado na terça-feira, 17, alega que a Oracle pagou às mulheres, afro-americanos e asiáticos menos do que a seus homólogos masculinos brancos com os mesmos cargos. Segundo a petição, a companhia também favorece os asiáticos em contratações para as áreas de desenvolvimento de produtos e outros trabalhos técnicos, discriminando os candidatos não-asiáticos no processo.
A Oracle negou as alegações. "a queixa tem motivação política, baseada em alegações falsas, e totalmente sem mérito", disse uma porta-voz em comunicado. "A Oracle valoriza a diversidade e a inclusão e é uma empregada responsável pela igualdade de oportunidades e de ação afirmativa. Nossas decisões de contratação e pagamento não são discriminatórias e são feitas com base em fatores de negócios legítimos, incluindo experiência e mérito".
Segundo o site Women in Comms, nos últimos tempos houve um grande empurrão para mais transparência em torno de práticas de contratação, remuneração e diversidade em empresas de tecnologia. Muitas, inclusive, têm compartilhado suas estatísticas de diversidade por iniciativa própria. A Oracle até promove um compromisso com a diversidade em seu site, mas compartilha dados pouco detalhados das suas estatísticas de diversidade, incluindo que ela é composta por 37% de minorias e 29% de mulheres. Trinta e quatro por cento de seus gerentes são minorias, e 25% são mulheres.
A ação do Departamento de Trabalho dos EUA diz que a Oracle se recusou a "atender aos pedidos rotineiros de dados e registros de empregos". O processo cita que a empresa está sendo investigada há dois anos, período em que vem sendo incentivada a fornecer esta documentação.
A ação busca compensação por perda de salários e benefícios para os afetados, bem como pretende forçar a Oracle a acabar com essas práticas discriminatórias, sugerindo que a Oracle pode perder milhões em contratos federais se não mudar seus caminhos.
Este processo, resultado de uma revisão regular de conformidade pelo governo, ocorre pouco depois que o Departamento do Trabalho também entrou com ação contra o Google por não fornecer dados semelhantes. A ação contra a Google, no entanto, não reivindica qualquer irregularidade ou discriminação em suas práticas de emprego. O Google disse que evita compartilhar informações confidenciais sobre seus empregados.