Convivo com a rotina de CIOs há mais de duas décadas. Ser executivo de TI nunca foi uma tarefa simples. Muito menos agora. Com a evolução das conversas sobre transformação digital e todas as tecnologias embarcadas nesse processo, as empresas colocaram em discussão – eventualmente, em xeque – o papel e o peso da atuação dos CIOs.
Como resultado dessa reavaliação, os conceitos de CIO e TI estratégicos ganharam popularidade. Um estudo desenvolvido pela Deloitte, nos últimos cinco anos, verificou que 45% dos stakeholders de negócios selecionam executivos que sejam conhecidos por sua capacidade de liderança e credibilidade, e que 18% consideram o pensamento estratégico e o alinhamento com o negócio fatores importantes no momento da escolha de um líder.
Essa demanda pela mudança de perfil profissional acompanha o desenvolvimento natural do mercado como um todo, que também se renova e evolui com tendências potencialmente inovadoras. Por isso, é importante reafirmar que os líderes de TI têm a missão de se aproximarem, cada vez mais, da área de negócio. Por mais que soe repetitivo, precisamos falar sobre isso. E, também, sobre a importância da preparação para os próximos anos, quando entraremos de vez no universo da Internet das Coisas (Internet of Things, ou IoT). Mas não se engane: para surfar essa onda de maneira positiva é preciso definir, já, uma estratégia de dados efetiva.
Duas predições feitas pela IDC mostram justamente como, aos poucos, as informações ganham o status que efetivamente merecem: em 2018, 75% dos CIOs colocarão no topo de suas agendas o engajamento experiencial (ou experiência do cliente) e a monetização de dados (ou negócios digitais). Até 2019, a mesma parcela dos profissionais vai concentrar seus esforços em cibersegurança para gerenciamento de riscos de negócio, aposentando, de vez, sistemas que não garantem a proteção de dados.
Por isso, digo: este é o momento para ações exploratórias e experimentais com IoT, dando continuidade ao uso e desenvolvimento de analytics e big data. Paralelamente, os CIOs terão novas fases e obstáculos a enfrentar, como o uso da inteligência artificial de forma mais intensiva em casos reais de negócios, por exemplo. Em diferentes setores, começaremos a ver as mudanças. Apenas para ilustrar o que teremos pela frente: a consolidação de conceitos como fábricas inteligentes, suportadas por modelos de manutenção preditiva e pelo uso de ferramentas cognitivas e analíticas.
Não existe espaço para subterfúgios. Novas tendências aparecem a todo momento e estamos próximos de um futuro onde tudo e todas as coisas serão conectadas, com os dados norteando as decisões de negócios. E o CIO que estiver inserido nos negócios estará à frente de seu tempo.
Marcelo Sales, diretor de Produtos e Soluções da Hitachi Vantara LATAM.
Parabéns pelo artigo.