Segundo um relatório da Fiverr, plataforma que conecta empresas a freelancers, 79% dos contratantes brasileiros têm recorrido mais a freelancers independentes agora por causa do crescimento do trabalho remoto. O estudo, realizado entre os dias 5 e 26 de outubro de 2020, entrevistou 504 líderes e proprietários de micro, pequenas e médias empresas espalhadas por todas as regiões do Brasil. Entre os setores com mais mão de obra freelancer estão Vendas, Mídia e Marketing (88%), Arquitetura, Engenharia e Construção (86%) e TI e Telecom (85%). Já os profissionais mais contratados atuam em Marketing Digital (59%), Atendimento ao Consumidor (49%) e Gerenciamento de Mídias Sociais (48%).
Quando questionados sobre quais áreas do negócio têm recebido mais investimentos agora como consequência da Covid-19, a maioria (65%) dos respondentes indicou Marketing Digital. A construção de uma presença forte nas redes sociais também foi apontada por 48%, seguida por Vendas (46%).
"Muitas empresas se viram forçadas a mudar seus processos neste período e perceberam que conseguem rodar bem, mesmo à distância. Novas necessidades surgiram e abriram espaço para outras formas de buscar e se relacionar com os profissionais que prestam serviço dentro do negócio. A tecnologia nos permite trabalhar juntos de qualquer lugar e a produtividade não está necessariamente ligada à presença física. Este certamente é um aprendizado que ficará", afirma Peggy De Lange, VP de Expansão Internacional da Fiverr.
Aprendizados
Quando questionados sobre quão preparados estavam para enfrentar os desafios trazidos pela pandemia, 51% dos respondentes afirmaram que estavam parcialmente preparados, enquanto 15% não estavam nada preparados. Os que estavam muito preparados somam 13% e apenas 3% não foram afetados.
Em relação aos respondentes que afirmaram que seus negócios não estavam preparados para o impacto da Covid-19, ao serem perguntados sobre o que poderiam ter feito para se sair melhor neste cenário, 44% responderam que o negócio poderia estar melhor preparado para o trabalho remoto. A mesma porcentagem também apontou a necessidade de ter uma tecnologia melhor à disposição. Já 36% indicaram acesso mais fácil a trabalhadores freelancers flexíveis.
Ainda considerando o grupo com negócios despreparados para o impacto da Covid-19, entre as razões apontadas para o despreparo, 44% afirmaram que a falta de experiência foi uma grande vilã. Já ao olhar para o futuro, 55% acreditam que depois da pandemia seus negócios estarão mais fortes com presença digital, terão mais flexibilidade (47%) e mais colaboradores freelancers (38%).
Home office para sempre
Apesar de repentina, a adesão ao trabalho remoto foi benéfica para os negócios e os profissionais envolvidos. De acordo com o levantamento, 67% das empresas constataram aumento de produtividade neste período. Entre os aspectos positivos mais destacados e que devem ser levados em conta no futuro estão maior flexibilidade (67%), melhor equilíbrio entre trabalho e vida (51%), maior produtividade (48%) e mais tempo com a família (47%).
A pesquisa revela que a adesão forçada ao trabalho remoto contribuiu para que 81% dos respondentes se sintam agora mais otimistas para encorajar o formato no futuro. No momento, mesmo com a possibilidade de retomar as atividades presenciais, 65% das empresas devem manter o trabalho parcialmente à distância, enquanto 21% devem permanecer no modelo em tempo integral.
"Estamos diante de uma mudança relevante. Não é de hoje que as pessoas buscam mais qualidade de vida. A experiência de trabalhar de casa por causa de uma pandemia certamente não é fácil, mas também tem mostrado que é possível estabelecer um outro tipo de rotina. Só para dar uma ideia, 89% dos entrevistados afirmaram que se sentem mais conectados com suas famílias agora. São ganhos que vão muito além dos negócios", conclui De Lange.