Brasileiros lideram uso de produtos financeiros na AL, diz estudo

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De acordo com um novo estudo da fintech Mambu, os brasileiros com idades entre 18 e 35 anos são os que mais usam produtos financeiros na América Latina. Em média, cada um utiliza 3,09 produtos — número superior à Argentina (3,06), Peru (2,83), Colômbia (2,45), Chile (2,38) e México (2,2).

O Brasil registrou um número alto de produtos usados por pessoa, mesmo tendo uma das populações mais bancarizadas da região, com 70% dos adultos tendo acesso a bancos (e atrás apenas do Chile, com 74%, segundo dados do Global Findex). De acordo com o estudo o resultado surpreende, pois a tendência é que em países com maior acesso aos bancos a necessidade de adquirir soluções extras e até procurar por outras instituições financeiras seja menor.

A análise da Mambu indica que o resultado se dá pela maturidade tecnológica do mercado brasileiro. O país, por exemplo, é o único da América Latina em que mais da metade (54%) dos jovens utilizam os neobancos ou bancos digitais como a sua instituição financeira principal em vez de bancos tradicionais, taxa muito superior aos demais países — na Argentina, segunda colocada no comparativo, apenas 21% dos jovens priorizam os neobancos.

Ao analisar os resultados de toda a América Latina, o estudo identificou a correlação entre o uso de neobancos e o aumento da demanda de produtos citada por Fogaça: em média, os que têm um neobanco como sua instituição financeira principal usam 3,1 produtos e 8,6 serviços — acima da média dos que usam bancos tradicionais, com 2,6 produtos e 7,6 serviços por pessoa.

Chile e Argentina também são exemplos dessa tendência. No primeiro país, em que 97% utilizam um banco tradicional como sua principal instituição financeira, a demanda por produtos é baixa em comparação com os outros países da região, de apenas 2,4 por indivíduo. Já na Argentina — com apenas metade do país bancarizado (49%), mas uma taxa de 21% da população utilizando um neobanco como principal instituição — o número médio de produtos por indivíduo é alto (3,06), atrás apenas do Brasil.

A tabela abaixo mostra os resultados de todos os países pesquisados:

Porcentagem de pessoas bancarizadas

(Global Findex )

Neobancos como bancos primários Produtos usados por cliente (média)
Chile 74% 3% 2,38
Brasil 70% 54% 3,09
Argentina 49% 21% 3,06
Colômbia 46% 13% 2,45
Peru 43% 3% 2,83
México 37% 5% 2,2

Pagamentos são os serviços mais utilizados e cartão de débito lidera nos produtos

Em termos de serviços financeiros, os pagamentos são os mais populares. Embora a demanda não seja uniforme, a opção foi assinalada por 62% dos respondentes da América Latina, seguida pelo serviço de aplicativo bancário (55%) e pelo recebimento da folha de pagamento (51%). Já entre os produtos, os cartões de débito (74%), contas poupança (57%) e cartões de crédito (35%) foram os mais populares.

De acordo com o estudo, os consumidores de países mais bancarizados demandaram mais contas de poupança e cartões de débito, enquanto nos desbancarizados a procura foi além desses dois produtos, chegando às contas correntes, carteiras digitais, contas de crédito e depósito. No Brasil, segundo país mais bancarizado, os três serviços financeiros mais utilizados foram pagamento de contas (69%), seguido por pagamentos em geral (67%) e pelo serviço de aplicativo bancário (67%), enquanto cartões de débito (69%), conta corrente (55%) e conta poupança (52%) lideraram entre os produtos.

O relatório "Parta Para a Ação! Quais Produtos e Serviços são Usados pelos Jovens da América Latina?" é o terceiro de uma série de quatro publicações realizadas pela Mambu. Para formular o estudo, a empresa consultou, em meados de 2021, 1.250 pessoas entre 18 e 35 anos em seis países da América Latina, incluindo 222 brasileiros.

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