A Sony anunciou na quarta-feira, 18, que planeja fazer a separação (spin off) de suas divisões de áudio e vídeo, que fabricam câmeras digitais e tocadores de MP3, entre outros produtos, e transformá-las em uma subsidiária independente, num movimento semelhante ao feito no ano passado com seu negócio de televisão. O objetivo, segundo o CEO Kazuo Hirai, é retomar o lucro da companhia, concentrando a operação em setores como filmes, música, jogos e sensores de imagem.
Depois de anos de perdas, a gigante japonesa de eletrônicos, tem como meta atingir um lucro operacional de 500 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 4,2 bilhões) em três anos. A empresa espera fechar o ano fiscal, que termina em 31 de março, já com um lucro operacional para o negócio de TV, pela primeira vez em uma década.
Em entrevista à imprensa internacional, na quarta-feira, Hirai adiantou que pretende fazer o spin off de outras unidades. Ele também disse que a empresa está estudando a venda do negócio de TV ou da divisão de smartphones, embora não tenha nada ainda definido. "Eu acho que nós temos que manter essas possibilidades em mente", disse.
A avaliação do CEO é que tornar as unidades mais autônomas estimula os gestores a se concentrarem na rentabilidade e fica mais fácil de buscar alianças empresariais.
Hirai foi o responsável por criar o slogan "One Sony" em 2012, cujo objetivo era unir todas as operações da empresa, que vão desde eletrônicos para entretenimento a serviços financeiros. Um ano mais tarde, a Sony rejeitou uma proposta do fundo de hedge de Nova York Third Point LLC para que fizesse uma cisão parcial do negócio de entretenimento. O CEO disse na quarta-feira, porém, que a Sony não está mais focada no One Sony. "Com a nova estrutura, haverá um bom equilíbrio entre as forças centrífugas e centrípetas."
A empresa já vendeu sua unidade de computadores pessoais e, recentemente, disse que encerrará o serviço Music Unlimited em 19 países, no dia 29 de março. Paralelamente a esta decisão, a Sony anunciou a chegada do serviço de streaming de música Spotify aos consoles PlayStation 3 e 4, além de smartphones e tablets Xperia.
A Sony acentuou o foco na rentabilidade desde que Hirai nomeou um novo diretor financeiro, Kenichiro Yoshida, no ano passado. Para o ano fiscal, a fabricante japonesa espera uma perda líquida, mas pretende alcançar um retorno de 10% sobre o capital próprio.