Parceria nearshore impulsiona mercado brasileiro de soluções digitais

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A crescente demanda por inovação e eficiência pelo mercado de tecnologia tem impulsionado a busca por novos modelos de cooperação entre os países, especialmente no setor de soluções digitais. O mercado global de Outsourcing de TI foi avaliado em aproximadamente USD 639,59 bilhões em 2022. Em 2024, as projeções indicam um valor de US$ 617,69 bilhões, com expectativa de atingir US$ 806,53 bilhões até 2029, um crescimento de 5,48% durante o período previsto. Dentro desse cenário, a parceria nearshore tem se mostrado uma estratégia vantajosa para empresas que desejam otimizar seus processos e obter acesso a especialistas em áreas altamente complexas, como Inteligência Artificial (IA).

O Brasil aparece entre os cinco países mais procurados por clientes de outsourcing de TI dos Estados Unidos que buscam alternativas de nearshore na América Latina, segundo apontou relatório de empresa especializada em recursos humanos e gerenciamento de pessoas presente em 150 países.

O conceito de nearshore refere-se à prática de terceirizar serviços para empresas localizadas em países geograficamente próximos, com fusos horários semelhantes e uma cultura de negócios compatível. Para empresas que atuam na área de tecnologia, essa estratégia oferece uma série de benefícios.

Ao escolher um parceiro em um país próximo, as empresas conseguem aproveitar mão de obra qualificada, geralmente com custos mais atrativos do que em mercados de tecnologia mais saturados, como os Estados Unidos ou a Europa Ocidental. No caso da IA, a terceirização para profissionais brasileiros oferece acesso a especialistas altamente capacitados em ciência de dados, aprendizado de máquina e áreas afins. Isso permite que empresas de consultoria entreguem soluções avançadas sem comprometer o orçamento.

A proximidade geográfica e os fusos horários semelhantes proporcionam uma comunicação mais eficiente entre os países parceiros. Em projetos de IA, a colaboração entre as equipes é essencial para o sucesso e a sinergia de horário facilita a interação em tempo real, tornando o processo de desenvolvimento mais ágil. O resultado é menos atrasos nas decisões, coordenação entre os profissionais e aumento da capacidade de realizar ajustes rápidos nas soluções conforme o projeto avança. A comunicação fluida é um diferencial importante, especialmente quando se trata de tecnologias emergentes que exigem adaptações rápidas às demandas de mercado.

A flexibilidade cultural e a compatibilidade entre os mercados são marcas que também favorecem a parceria nearshore. Ao trabalhar com empresas localizadas em regiões próximas, as barreiras culturais são significativamente menores do que em parcerias offshore (entre países distantes), facilitando a adaptação às necessidades locais e a personalização das soluções de IA de acordo com as especificidades do mercado.

Importante também destacar que, ao optar por um parceiro em um país com o qual se compartilham acordos comerciais ou regulamentações semelhantes, as empresas minimizam os riscos associados a questões legais, fiscais e de proteção de dados. Este é um aspecto particularmente relevante no setor de IA, onde o cumprimento de leis sobre privacidade e segurança de dados, como o GDPR na Europa, é essencial. Além disso, os parceiros nearshore frequentemente têm um entendimento mais profundo do ambiente regulatório local, o que facilita o cumprimento das normativas legais.

A compreensão de todos esses aspectos pode ser decisiva para o sucesso de um projeto, especialmente quando se lida com ferramentas que impactam diretamente os usuários finais, como os sistemas baseados em inteligência artificial. Ao explorar as oportunidades que a parceria oferece, as empresas podem não apenas otimizar seus processos, mas também criar soluções inovadoras que atendam de maneira eficaz às demandas de seus clientes, mantendo-se competitivas em um mercado cada vez mais exigente e dinâmico.

Marcos Chiodi, Engenheiro de Computação pela UFSCar, Mestre em Engenharia de Software pela UFSCar e possui MBA em Administração de Empresas pela USP. Ele atuou como professor universitário em diversas universidades do estado de São Paulo.

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