Intel anuncia novos processadores para atacar mercado de mainframe

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A Intel anunciou nesta terça-feira, 19, uma nova família de processadores para servidores da série Xeon, que, segundo a empresa, oferecem até 40% de melhoria no desempenho em relação à geração anterior e mais eficiência no consumo de energia. Com os novos modelos, a fabricante de chip pretende atacar o mercado de processadores para computadores de grande porte (mainframe) e disputar com a IBM e a Sun Microsystems, adquirida pela Oracle no ano passado.
A fabricante de chip explica que os novos produtos são baseados na arquitetura x86, sobre a qual são fabricados todos os seus processadores para servidores de pequeno e médio porte e que respondem por 98% dessa categoria fabricados no mundo, segundo dados da IDC.
A mudança, a princípio apenas técnica, será o principal diferencial da Intel para disputar o mercado. Os equipamentos da IBM e da Sun também fazem parte dos 2% de servidores que não são baseados em x86 (são baseados nas tecnologias CISC e RISC, usadas em mainframes), mas respondem por 50% do faturamento mundial do segmento. Essa proporção, segundo o diretor da Intel para o segmento corporativo, Maurício Ruiz, sempre foi o maior alvo da companhia no mercado de servidores.
O executivo diz não poder dar números, mas explica que as margens de lucro da Intel com os processadores x86 nunca se equiparou às da IBM e da Sun. Ruiz conta que a aposta da Intel nesse segmento será fornecer processadores que consomem menos energia e com menor exigência de manutenção, de forma a reduzir o custo total de propriedade (TCO).
A empresa, diz ele, vai trabalhar com parceiros para desenvolver hardware e software e fornecer serviços – estratégia que ele chama de horizontal. "As demais empresas concentram o foco em estratégias verticais, fornecendo todos os equipamentos e software usados no data center. Isso torna os equipamentos muito caros e explica a desproporção do rendimento do mercado."
Desafios e oportunidades
Ruiz sabe do tamanho da briga que comprou, mas acredita que a oportunidade para a entrada da Intel no mercado, principalmente o brasileiro, é enorme. Ele cita projeções da própria empresa que apontam que, no Brasil, existe um servidor para cada 100 PCs, cifra "extremamente pequena", se comparada aos demais países emergentes, onde a proporção entre servidores e computadores é de um para 20 ou 25 PCs.
Segundo Ruiz, o país conta com cerca de 120 mil servidores, caracterizando-se como o terceiro maior mercado mundial – atrás apenas de Estados Unidos e Japão, segundo a IDC. A expectativa é que o número de servidores dobre em três anos, e é com base nisso que a Intel pretende roubar fatia de mercado da IBM e da Sun.

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