O uso de computadores no Brasil continua crescendo de forma contínua. E embora a taxa de penetração desses produtos ainda esteja bastante abaixo dos Estados Unidos, maior mercado de computadores do mundo, ela é bem superior à média mundial. Enquanto no país existem atualmente 44 PCs para cada 100 habitantes, nos EUA o número é de 106 equipamentos por 100 habitantes e, no mundo, a média é de 36 computadores por 100 habitantes.
Os números constam da pesquisa "Mercado Brasileiro de Tecnologia de Informação (TI) e Uso nas Empresas", divulgada anualmente pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP). De acordo com o relatório, no ano passado havia 78,2 milhões de computadores em uso no país, número que chegou a 85 milhões neste ano, o que significa que quatro de cada nove brasileiros têm um equipamento para uso doméstico ou corporativo.
O levantamento aponta que o número de computadores no país duplicou nos últimos três anos e a tendência é que essa progressão se repita nos próximos três ou quatro anos. Para 2012, a expectativa é de um computador para cada dois brasileiros, totalizando uma base instalada de 98 milhões de computadores. "Vamos atingir um PC para cada dois habitantes antes do previsto. O Brasil está bastante acima da média mundial no uso de PCs pela população e atualmente 3,4% dos computadores do mundo estão no país. Esta participação só tende a crescer nos próximos anos", segundo o coordenador da pesquisa e professor da FGV, Fernando Meirelles. A projeção da FGV é que a base instalada de PCs no Brasil chegue a 140 milhões em 2014, o que, se confirmado, representará dois PCs para cada três habitantes.
Segundo Meirelles, o aumento se deve basicamente a dois fatores. O primeiro fator é a queda, ano a ano, nos preços dos chamados equipamentos de entrada de linha, e o segundo aspecto é o crescimento da percepção das pessoas sobre a utilidade do computador. "A conectividade ainda é um grande gargalo, mas, com o acesso à banda larga mais disseminado, o mercado brasileiro de PCs deve avançar ainda mais rápido", pondera. O estudo revela ainda que as empresas investem atualmente 6,7% da receita líquida em TI, quantia que vem crescendo 8% ao ano e que deve ser ainda maior no futuro. Segundo o relatório, os gastos das empresas com TI dobraram nos últimos 14 anos.
A expansão dos investimentos de capital (Capex) deve resultar também no aumento do custo anual por teclado (CAPT) dentro das empresas – despesa com cada PC existente dentro da empresa por ano e que agora também passa a englobar os custos anuais com smartphones e tablet PCs. O CAPT deve saltar dos atuais US$ 11 mil (R$ 20 mil) para algo entre US$ 12 mil e US$ 14 mil em dois anos.
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