O Grande Colisor de Hádrons (LHC na sigla em inglês – Large Hadrons Collisor). Hádrons são Prótons e Neutros, as partículas que compõem o núcleo de um átomo. E o Grande Colisor é o maior acelerador de partículas do mundo, basicamente um "circuito oval" com 27 quilômetros de comprimento, feito para acelerá-las a velocidades inéditas – na faixa de 1,07 bilhão de quilômetros por hora, perto da velocidade da luz. E faz com que elas sofram colisões monumentais.
Einstein descobriu que, quanto mais rápido você anda, mais o tempo à sua volta acelera. Se você pegar um avião para a Inglaterra, vai chegar lá 0,000012 milésimos no futuro. "Pouco", diria o leitor mais exigente. Então vamos lá: se o jato viajasse por 10 horas a uma velocidade absurda (digamos, 1,07 bilhão de quilômetros por hora), você pousaria no ano 2817.
Os aceleradores, inclusive os mais simples, têm um importante papel de simular o efeito do tempo (vários ou até milhares de anos) em um espaço bem menor, minutos e dias. E com isso permitir uma série de estudos, testes e validação de teorias.
Nos últimos dois anos participamos (nós, a população mundial) ativamente de um desses estudos, que ocorreu sem Planejamento ou aviso prévio. A Pandemia do Corona Vírus, ao manter as pessoas isoladas, restringindo a circulação nas cidades e as viagens, promoveu em dois anos, avanços no mundo dos negócios que demorariam pelo menos 10 anos para acontecer.
Mudaram a forma de fazer reunião, os limites geográficos para a contratação de um colaborador e, principalmente, a forma de relacionar e comunicar com o seu cliente.
Em uma corrida, quando chove, chove para todo mundo. Ganha quem conseguir lidar melhor com esse cenário. Impossível aqui não lembrar de um dos ídolos da minha infância, Ayrton Senna.
E as empresas que conseguiram fazer essa leitura de mudança no mercado e tiveram agilidade para implantar as mudanças, cresceram durante os últimos dois anos.
Quem ainda não fez, terá que fazer. O mercado mudou, de forma acelerada mas, ainda tem empresa que segue como se estivesse em março de 2020 (mês que iniciou o lockdown no Brasil).
Dois pontos são decisivos para essa mudança:
As empresas tem que estar mais próximas dos seus clientes – estar próxima em todos os sentidos. Desde a entrega rápida através de uma compra no e-commerce, passando pela escolha do cliente da forma como ele quer se comunicar com a empresa (omini channel), até o contato próximo, feito por alguém que realmente conheça o cliente e consiga gerar relacionamento com ele.
Estrutura Hierárquica Enxuta – Com a digitalização o poder dos consumidores aumentou motivado por:
Amplo acesso à informação – cada vez mais irrestrito e completo. A grande dificuldade hoje e separar o conteúdo mais relevante;
Simplificação dos processos – processos digitalizados, feitos de forma remota, sem precisar de um meio físico ou de deslocamentos. E que tende a crescer de forma exponencial com a utilização em escala do blockchain;
Fim da restrição geográfica – você hoje vai ao médico sem sair de casa. Esse médico pode estar em qualquer lugar do Brasil ou do Mundo. Acabou a necessidade de se estabelecer fisicamente para desenvolver um negócio. Ter uma boa estrutura digital já é um diferencial, agora web e daqui a pouco no Metaverso;
Desmaterialização da coisa – O investimento para abrir um Banco era uma grande barreira para novos entrantes. Hoje as pessoas não querem ser atendidas em uma agência física e com o BaaS (Bank as a Service), é possível ter o seu próprio banco em parceria com essas plataformas
Com isso foram derrubadas as barreiras de proteção dos ineficientes. As empresas precisam tomar decisões cada vez mais rápidas e por pessoas próximas do dia a dia com os clientes.
Enxergar as mudanças que aconteceram, ter conhecimento para desenhar as oportunidades para o seu negócio e velocidade para promover as mudanças necessárias são as qualidades que farão as empresas de sucesso nessa era pós-covid.
Pablo Alencar, sócio da Valor e Head da Valor Capital.
Estimado Pablo!!!
Parabéns… ótima reflexão.