Pesquisa mundial realizada pela IBM Global Business Services com cerca de 900 executivos de finanças (CFOs) revela que somente um terço deles se consideram muito eficazes em auxiliar seus CEOs a impulsionar o crescimento das empresas. Segundo o estudo, metade dos executivos informou que 47% das atividades da área financeira são meramente transacionais, ou seja, processamento de contas, transações tributárias, entre outras. Esse número representa uma pequena melhora desde 2003, quando as mesmas atividades demandavam 50% de seus esforços.
Na América Latina, porém, tais atividades representam mais de 60% do trabalho da área de finanças, conforme apontado pelos CFOs em recente pesquisa conduzida na região. Mas, a pesquisa apurou também que eles esperam diminuir essa porcentagem para 55%, em um curto período de dois anos, o que permitiria dedicar-se mais às atividades estratégicas.
O estudo, realizado ao longo de 2005, indica ainda que somente um quarto dos profissionais de finanças se dedica ao suporte de decisões, com atividades focadas no desempenho e no crescimento do negócio ? um aumento de apenas 2% em relação a 2003. Além disso, os entrevistados afirmam que aproximadamente 60% das organizações de finanças não contam com atividades e processos consistentes para apoiar o crescimento da empresa, sendo que cerca de 40% delas ainda possuem processos e controles manuais.
?O crescimento rentável é uma prioridade para os CEOs e é o que importa do ponto de vista dos acionistas e analistas financeiros. No entanto, os executivos de finanças procuram prever as ações a partir da grande quantidade de dados que coletam,? afirma Fermin Márquez, líder para América Latina da prática de Financial Management da IBM Global Business Services. ?Os executivos de finanças têm o potencial para desencadear crescimento futuro, através da simplificação de processos e sistemas complexos, bem como aplicação de métodos inovadores para liberar as informações e gerar vantagens competitivas para suas empresas?, completa.
O estudo também correlaciona a geração de benefícios financeiros com a análise eficaz de informações financeiras que impulsionem as atividades de crescimento. A análise de indicadores financeiros públicos de quase 300 empresas participantes da pesquisa revela que aquelas com geração eficaz de informações de desempenho, risco e crescimento alcançaram aumento em suas vendas e estão impulsionando maior criação de valor, em comparação a seus pares no mercado.
Os executivos entrevistados se destacam por registrarem resultados financeiros históricos e satisfazerem os requisitos de cumprimento regulatório, porém muitos deles ainda falham em identificar e utilizar informações preciosas que poderiam ajudá-los a prever oportunidades de negócio e tendências.
O foco dos CFOs latino-americanos nas estratégias de crescimento e na melhoria do controle interno está alinhado ao de seus pares ao redor do mundo. Os executivos de finanças declararam que os três aspectos mais importantes de sua função incluem: percepção de desempenho (69%), prover orientações para o crescimento da empresa (60%) e para administração dos riscos financeiros (58%).
Apesar dessas aspirações, a pesquisa revela que apenas 13% dos executivos se consideram muito eficazes em dois ou mais aspectos dessa função e, surpreendentemente, mais da metade não se considera muito eficaz em nenhuma dessas áreas. Essa lacuna no desempenho dos CFOs está diretamente relacionada com processos de negócios fragmentados e com atividades transacionais que exigem muito tempo, impedindo a eficiência na integração das informações e a análise do negócio.
Como resultado de sistemas fragmentados, observa-se uma dificuldade em levantar dados e identificar fatos, o que limita a tomada de decisões à intuição. Aproximadamente 70% dos entrevistados ainda não implementaram padrões de processos e dados, não simplificaram os processos, não racionalizaram as ferramentas de orçamento e prognóstico, não reduziram a quantidade de plataformas diferentes nem a quantidade de sistemas de planejamento dos recursos (ERP) em toda a empresa. Em relação a este último item, a maioria das empresas latino-americanas já implementou um ERP e a maior parte delas planeja expandir as funcionalidades ou o uso do sistema.
Quase dois terços dos entrevistados indicaram que é um desafio encontrar e desenvolver pessoas com as habilidades de finanças e negócios adequadas para impulsionar o crescimento. Mais da metade dos pesquisados indicaram que realizam esforços para proporcionar ferramentas analíticas para planejar, fazer prognósticos e medir oportunidades.
