Os pedidos de remoção de conteúdos da internet, considerados inapropriados por governos totalitários ou ditatorias, tem crescido exponencialmente nos últimos tempos. Algumas dessas solicitações recebidas pelo Google, no entanto, começam a vir em número cada vez maior de governos ditos democráticos. A edição mais recente do Relatório de Transparência da companhia mostra o Brasil na liderança desse ranking, à frente de países como Índia, Turquia e Egito, com 128 pedidos feitos judicialmente, dos quais 69% foram atendidos, segundo o documento.
Os números do período de julho a dezembro do ano passado, divulgados nesta semana, mostram poucas mudanças no cenário apresentado no primeiro semestre de 2011. De acordo com o relatório, a principal fator para a liderança do Brasil é a popularidade do Orkut, que acumula vários episódios de retirada de páginas referentes a candidatos políticos em época não eleitoral e outros conteúdos que infringem a lei nacional.
Os Estados Unidos também foram destaque com aumento de 103% nas solicitações de remoção, enquanto a Índia registrou elevação de 49%. A Espanha foi foi outra que ganhou destaque pela solicitação de retirada de 270 resultados de buscas para blogs e artigos de jornais referentes a figuras públicas, incluindo procuradores e prefeitos. A Polônia, do mesmo modo, enviou pedido para apagar links de críticas a instituições públicas. Os dois casos não foram atendidos pelo Google por considerar "censura governamental".
Uma corte alemã também ordenou a retirada de 898 resultados de buscas ligados a fóruns e blogs com declarações de um empregado de uma agência pública. De acordo com a decisão judicial, as afirmações não eram verdadeiras e difamavam a instituição. O caso foi atendido pelo gigante das buscas.