As projeções menos otimistas para o mercado de Internet das Coisas (IoT) indicam que os negócios nesta área devem movimentar US$ 1,7 trilhão no mundo, e US$ 4,1 bilhões, no Brasil, na próxima década. As mais otimistas chegam a US$ 19 trilhões no mundo, e US$ 352 bilhões, aqui. Para o consultor Anderson Figueiredo, que tem larga experiência no mercado e acompanhou a evolução da internet no Brasil, os ISPs têm várias oportunidades de explorar este filão desde que estabeleçam parcerias com atores certos: fornecedores de sensores, especialistas em integração de sistemas e as grandes companhias de soluções em TI.
Figueiredo foi um dos palestrantes da 1ª Convenção Abranet, que reuniu provedores de acesso, conexão e serviços de internet de todas as regiões do País. Em sua avaliação, um dos gargalos para a implantação da IoT no Brasil é justamente a falta de infraestrutura e aí que os ISPs entram, uma vez para transmitir e armazenar os dados coletados em um projeto de IoT são necessárias rede e nuvem.
Hoje já há vários exemplos que podem servir de inspiração. "No agronegócio, um projeto de IoT resultou na implantação de sensores em milhares de mudas de cana-de-açúcar para capturar dados relativos ao clima, solo e outras condições que afetam o plantio e a produtividade do canavial. Há também o caso de uma companhia área que implantou sensores nas turbinas das aeronaves para poder decidir o melhor momento de fazer a manutenção delas", contou.
Em regra geral, IoT funciona com sensores capturando informações, que são transmitidas por rede e armazenadas em cloud para depois serem analisadas por softwares e usadas no refinamento das operações. É aí que entram os fornecedores de sensores, os integradores de sistemas, as grandes companhias e os provedores.
Segundo ele, as bases da IoT são: nuvem, big data e analytics, soluções smart (computação cognitiva, inteligência artificial, machine learning, por exemplo) e os alimentadores. Em sua avaliação, embora ciente da importância e da necessidade da IoT, o mercado ainda está perdido e não sabe ao certo quem entrega essa tecnologia. "Nesse contexto, os provedores podem ser protagonistas, ficando atentos às oportunidades de negócios e buscar os parceiros certos, ressaltou.
Ele citou uma pesquisa, feita por ele, junto a 145 empresas de grande porte em 2016, cujos resultados mostram que 36% delas já têm plano de adotar IoT e que estão avaliando soluções, provedores, e com planos de projetos piloto.