Governo e universidade avaliam viabilidade do laptop de US$ 100

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Representantes do Ministério da Educação, da Casa Civil, da Presidência da República e de outras áreas do governo, como o Serpro, se reuniram na terça-feira (18/7) no Ministério da Ciência e Tecnologia, que contou com a presença do ministro da pasta, Sergio Machado Rezende, para discutir e avaliar o programa que pretende ampliar o uso das tecnologias da informação e comunicações (TIC) na educação brasileira.

O ponto de partida do debate foi o laptop de US$ 100, idealizado Nicholas Negroponte, e a sua possível adaptação à realidade brasileira por meio do Projeto Um Computador por Aluno (UCA).

Durante o encontro foram apresentados estudos técnicos de três instituições de pesquisa: O Centro de Pesquisas Renato Archer, a Fundação Certi e o Laboratório de Sistemas Integráveis da USP. Os estudos abordaram temas como preço de hardware, softwares educacionais e riscos ergométricos. ?A produção de aplicativos educacionais e conteúdos adequados, e ainda a dinâmica da sua atualização, é uma questão-chave para o sucesso da introdução de TICs no Brasil?, avaliou o estudo da Fundação Certi.

O coordenador do projeto UCA e assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, disse esperar que a reunião seja um rito de passagem para uma nova fase, uma etapa de aprofundamento e aceleração do uso das TICs na educação brasileira.

Uma das principais preocupações dos presentes, compartilhada por Sergio Rosa, presidente do Serpro, foi a de não tratar o computador como um simples objeto que vai ser agregado às escolas e, sim, como uma ferramenta catalizadora e potencializadora do processo educacional. ?A educação deve ser o carro chefe desse projeto?, salientou Sergio.

A viabilidade do laptop de US$ 100 também será alvo de estudos do Centro GeNESS, laboratório do Departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promove nesta quinta-feira (20/7) uma reunião de apresentação do projeto para estudantes e professores da universidade. O objetivo é criar um grupo de trabalho para estudar na UFSC a iniciativa capitaneada pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), além de desenvolver softwares livres para o laptop.

A idéia do grupo surgiu após o estudante de sistemas da informação da UFSC, Helber Maciel Guerra, receber do MIT um kit-protótipo do projeto e procurar o GeNESS para solicitar apoio no estudo. Dessa forma, na reunião estudantes e professores terão a oportunidade de conhecer mais sobre o projeto.

O professor José Eduardo De Lucca, coordenador-geral do GeNESS, e o estudante Helber Maciel Guerra irão falar sobre as características de hardware e software do computador de US$ 100 e as estratégias e preocupações no desenvolvimento da ferramenta. ?Para que o projeto se torne efetivamente viável, há uma série de desafios tecnológicos que deverão ser superados. Hardware, design, software, logística, pedagogia são somente algumas delas?, explica o professor. Em seguida, os presentes participarão de um debate sobre o projeto.

Para De Lucca, além do ponto de vista tecnológico, o projeto é desafiador principalmente pelo aspecto social. ?A possibilidade de ver as crianças carentes de países como o Brasil, ou da África e Ásia, com acesso à informação e os recursos da informática equivalentes ao das crianças de países mais ricos é um desafio mobilizador?, aponta o professor. Alguns questionamentos devem ser aprofundados também nos encontros do grupo, como a viabilidade do projeto para todos os países. ?A reação cultural regional é ainda uma incógnita. Mas se não estivermos acompanhando de perto, de que outra forma poderíamos debater isso??, questiona.

Para o projeto, o grupo terá à disposição o Laboratório de Software Livre do Centro GeNESS, localizado no Centro Tecnológico da UFSC. ?O GeNESS apóia na UFSC diversas iniciativas ligadas a disseminação e consolidação no uso e desenvolvimento de software livre. No laboratório, estudantes e professores poderão debater, estudar e aprender sobre o assunto, bem como desenvolver projetos livres?, explica De Lucca. Na UFSC, o projeto deverá contar também com o apoio do Programa de Educação Tutorial (PET) da Computação.

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