A entrada da distribuidora de tecnologia da informação Avnet no mercado latino-americano é muito mais do que estratégica. O movimento começou em julho deste ano por meio da compra da Tallard e da Bell Microproducts, duas distribuidoras de TI com foco na América Latina e no Caribe, por US$ 69 milhões e US$ 252 milhões, respectivamente.
Essa iniciativa deve resultar em um crescimento de 35% na receita mundial, saltando de US$ 16,23 bilhões, registrados no ano de 2009, para US$ 22 bilhões em dois ou três anos, segundo Jeff Bawol, presidente de soluções de tecnologia para as Américas da Avnet.
O executivo observou que as aquisições foram feitas com foco na carteira de clientes de ambas as companhias, para que a entrada na América Latina e Caribe seja feita de forma agressiva. Ele contou que a região já apresenta faturamento de US$ 1 bilhão, apenas com a aquisição da Bell e da Tallard, sendo que a receita total da Avnet nas Américas é entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões.
Bawol declarou que a América Latina era "um grande buraco para a Avnet", mas que as aquisições já vinham sendo consideradas há pelo menos um ano meio, exatamente "por conta da capacidade de alavancarem negócios na região". De acordo com o executivo, as duas marcas serão extintas, e seus clientes e fornecedores absorvidos pela Avnet, o que, segundo ele, contribuirá bastante para o mercado latino-americano, pois resultará em uma única empresa financeiramente muito mais forte.
O presidente de soluções de tecnologia para as Américas da Avnet ainda aventou a possibilidade da construção de um centro de integração de tecnologias no Brasil, para melhorar a distribuição para a AL e contribuir com a indústria nacional. Entretanto, ele alegou que a carga tributária do país e as leis fiscais "em eterna transformação, atrapalham decisões de longo prazo como esta".
Atualmente, a empresa conta com três centros de integração (EUA, Europa e Ásia) e ainda não sabe o que vai fazer com as unidades da Tallard e da Bell. Os negócios mundiais da Avnet são compostos 69% pela distribuição de hardware, 16% de software e 14% de serviços.
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