Chega ao Brasil uma solução israelense capaz de fornecer serviços médicos iniciais nas áreas rurais: a plataforma Artec. O sistema de telemedicina foi lançado no mercado brasileiro pela empresa eWaveMD, na metade de junho, e, por ser recente, ainda não possui exemplos de utilização no país. No entanto, as funcionalidades e intenções da tecnologia integrada de consultas remotas e sistema de informações médicas, já utilizadas em outros países, são promissoras.
A empresa, que conta com mais de cem funcionários alocados em Israel (onde está a sede), Estados Unidos, Etiópia China e Brasil, desenvolveu um software que funciona como um consultor em saúde: permite diagnósticos médicos e consultas a longa distância por meio da capacidade de conectar-se a aparelhos, como medidor de temperatura do corpo, medidor de pressão não invasivo, estetoscópio eletrônico, microscópio e eletrocardiograma.
O sistema, segundo a empresa, dá acesso instantâneo a diagnósticos e identifica o tratamento mais indicado ao paciente. Além disso, o técnico local pode executar videoconferências entre médicos e pacientes. A plataforma ainda conta com um banco de dados que armazena informações apuradas em consultas para facilitar futuros atendimentos a pacientes.
A proposta principal da empresa é levar informações e atendimento de saúde para áreas que não têm acesso a esses serviços com qualidade. "Hospitais que necessitam atender população em áreas remotas/rurais costumam ter custos elevados para transporte de pacientes e viagens de equipes médicas e de enfermagem", ressalta o vice presidente para soluções de telemedicina da eWaveMD, de Israel, Roberto Schliesser.
Além dos custos elevados em locomoção, ele também destaca como empecilho o tempo despendido para o atendimento de pacientes que estão em áreas fisicamente distantes dos hospitais. "Na maioria dos casos, a infraestrutura em áreas rurais nos países em desenvolvimento é precária", diz ele, justificando, de forma geral, o motivo pelo qual a empresa optou pela solução, e acrescentando a escassez de profissionais de saúde e médicos presentes em áreas rurais.
Como diferenciais do projeto, Schliesser afirma que a solução é "holística, além da coleta de dados médicos de pacientes através de uma grande variedade de dispositivos, a plataforma permite a consulta remota através de videoconferência e a utilização de vários fluxos de trabalho automatizados".
Entre as métricas negativas do projeto, porém, Schliesser revela os desafios na implementação, como "falta de infraestrutura adequadas nas áreas rurais, e liderança para o projeto dentro das instituições de saúde". No entanto, ele considera que a superação desses desafios pela equipe eWaveMD é conquistada por meio de pensamento criativo e comprometimento.
Implantação do sistema
Schliesser explica que os hospitais que decidirem aderir a solução vão passar por um processo gradual de implantação. De início, há um projeto piloto, que contempla apenas algumas localidades. A intenção, aqui, é “ajustar o sistema para as exigências locais, bem como para a formação das equipes que utilizarão diariamente o sistema”. Apenas depois desse treinamento das equipes que vão participar do projeto inicia-se a fase de implantação para outras localidades, e o conhecimento, agora, é transmitido dessas equipes iniciais para as novas. "Normalmente, o projeto piloto dura cerca de seis meses", afirma.
O processo de trabalho acontece, então, em um modelo nomeado por Schliesser como "replicação interna", já que a operação do sistema nas localidades atendidas é simples e, portanto, pode ser feita por um profissional treinado durante a implantação. O resultado dessa prorrogação contínua do conhecimento é a produtividade para as equipes dos hospitais, já que proporciona que "a recuperação da produtividade ocorra rapidamente e os benefícios da solução sejam observados desde o início do projeto", diz Schliesser.
Além do apoio durante a implantação, a empresa oferece serviços de suporte mensal com pagamento mensal. "Quando necessário, os funcionários da eWaveMD são transferidos para o local da implantação para que possam acompanhar de perto a formação das equipes que utilizarão o sistema", detalha Schliesser. Ele também explica que a necessidade de mudança das plataformas de hardware e software para o recebimento do novo sistema depende essencialmente do ambiente de TI já existente nas instalações da Instituição que adota a solução.
Schliesser prefere não quantificar a média de valor de investimento, já que "varia de acordo com as especificações dos projetos em termos dos dispositivos médicos a serem utilizados, números de localidades a serem atendidas". No entanto, ele ressalta: a partir da experiência já vivenciada, o retorno sobre o investimento [ROI] pode ser esperado em aproximadamente um ano.
A empresa atua no Brasil desde 2006 e tem escritórios em Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro.