Os acionistas da EMC aprovaram a oferta de compra da Dell, por cerca de US$ 67 bilhões, a qual representará a maior transação da história do setor de tecnologia. A nova empresa, que se chamará Dell Technologies, terá receita combinada de aproximadamente US$ 74 bilhões e irá operar como uma one-stop shop de TI — onde o cliente pode obter tudo o que precisa —, com um portfólio de produtos e serviços complementares que inclui computadores pessoais, servidores, sistemas de armazenamento e equipamentos de rede.
"O conselho de administração avaliou várias opções e decidiu que a fusão com a Dell terá efeito positivo [para a empresa e acionistas]", disse o presidente-executivo da EMC, Joe Tucci, antes da votação na assembleia extraordinária de acionistas da empresa realizada nesta terça-feira, 19. Para o negócio de avançar, no entanto, é necessária a aprovação regulatória da China.
A operação, além de ser o maior negócio do setor, é extremamente complexa, tanto do ponto de vista financeiro quanto operacional. A Dell, que é uma empresa de capital fechado, vai adquirir não apenas a EMC, mas também todas as outras empresas que fazem parte da "estratégia de federação" da companhia, que inclui a VMware, Pivotal, VCE, RSA e a Virtustream, subsidiárias integrais ou nas quais a EMC tem participação. A VMware, por exemplo, é uma empresa de capital aberto e continuará com suas ações negociadas em bolsa. Tanto que, conforme o acordo, os atuais acionistas da EMC terão uma parcela de ações comuns da VMware. Consequentemente, a Dell terá que divulgar balanços financeiros trimestrais.
Além disso, a nova empresa terá que administrar um extenso portfólio de produtos e serviços, já que herdará toda a linha de software de data center da VMware, bem como todos os serviços, softwares e soluções da Pivotal — joint venture formada pela EMC e VMware —, a infraestrutura convergente da VCE, as soluções de segurança da RSA e de computação em nuvem da Virtustream, que hoje são controladas pela EMC.
A Dell, fabricante de PCs e servidores, tem lutado ultimamente para tentar reverter a queda persistente nas vendas de computadores, diante da preferência cada vez maior dos consumidores por dispositivos móveis, tais como smartphones e tablets. Para adquirir a EMC, ela irá assumir quase US$ 50 bilhões em dívidas, o que elevará sua obrigação de longo prazo para cerca de US$ 60 bilhões.
Uma das medidas da Dell para ajudar amortizar parte da dívida foi vender a sua divisão de serviços, anteriormente conhecida como Perot Systems, para a NTT Data, por US$ 3,05 bilhões, e concluir o spinoff (cisão) e posteriormente abrir o capital da SecureWorks, através de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), realizada em abril. Portanto, ainda terá um enorme desafio pela frente após a conclusão do negócio.
Na segunda-feira, 18, EMC divulgou os resultados financeiros do segundo trimestre deste ano com um crescimento do lucro líquido 19%, de US$ 487 milhões em igual período do ano passado para US$ 581 milhões neste ano. A receita no trimestre registrou ligeira expansão, de 1,7%, para US$ 6 bilhões, contra US$ 5,9 bilhões um ano antes, superando as expectativas dos analistas. Com agências de notícias internacionais.