A fabricante taiwanesa HTC continuará a usar o Android em seus smartphones, mesmo após o anúncio da aquisição da Motorola Mobility pelo Google, dono do sistema operacional. A empresa anunciou também que irá continuar seu plano de expansão por meio de novas aquisições.
Em entrevista ao The Wall Street Journal, o CEO da HTC, Peter Chou, descartou a possibilidade de a empresa desenvolver seu próprio sistema operacional, enfatizando que a meta é alavancar parcerias com empresas como o Google e a Microsoft. "Nós acreditamos que podemos nos diferenciar e agregar valor a nossos produtos e, ao mesmo tempo, alavancar nossos parceiros, Google e Microsoft, com quem temos um relacionamento espetacular", afirmou Chou.
A compra da Motorola Mobility pelo Google gerou dúvidas a alguns fabricantes que possuíam acordos com a gigante de buscas, como a HTC. O Android é um sistema de código aberto, por isso foi abraçado pela indústria de celulares por não ter custo. Hoje, o sistema tem 47,7% de participação de mercado, seguido do iOS, da Apple, com 18,5%, segundo pesquisa da Strategy Analytics.
De acordo com Chou, o negócio foi positivo para a HTC, visto que a compra irá encorpar o portfólio do Google e melhor proteger o Android de processos por quebra de patentes – ações que têm se estendido também aos fabricantes. "Esta aquisição foi feita para reforçar o portfólio do Google e nos apoiar, nos proteger. Logo, são boas notícias", completou o executivo. A HTC enfrenta uma ação da Apple, que acusa a taiwanesa de quebra de patentes em seus smartphones com o sistema Android.
A HTC planeja investir em software e inovação, segundo Chou. Na última semana, a fabricante anunciou a compra da Beats Eletronics, fabricante de fones de ouvido de última geração. No mês passado, adquiriu também a S3 Graphics. Chou afirmou que o próximo passo é expandir a área de engenharia, software e design, mas sem fornecer detalhes sobre como isso será feito.
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