Além dos Chatbots: A necessidade da hiper personalização na IA basileira

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De acordo com um estudo da McKinsey, o Brasil está entre os países que menos avançam no desenvolvimento e adoção da Inteligência Artificial (IA). Nos Estados Unidos, aproximadamente 600 empresas recebem investimentos trimestrais em projetos relacionados à IA, enquanto no Brasil esse número é consideravelmente mais modesto.

Apesar de haver interesse e recursos – tanto de investidores quanto do governo – o volume de investimentos é significativamente inferior ao das potências como EUA e China. No entanto, a preocupação não se limita ao montante de capital investido, mas à qualidade dos projetos em andamento, com ou sem financiamento.

Muitos dos projetos de IA no Brasil não estão posicionados para gerar o crescimento substancial que a ciência pode oferecer. Eles correm o risco de se tornarem "bolhas", ou seja, iniciativas cercadas de expectativas, mas com pouca profundidade técnica e aplicação real nos negócios. Quando bem aplicada, a IA tem o potencial de impulsionar a receita e a produtividade de formas inéditas. Contudo, grande parte dos projetos atuais no País ainda foca em revisitar os chatbots – agora mais evoluídos em termos de linguagem natural, mas que ainda falham em um ponto crucial: a hiper personalização.

A hiper personalização é um elemento central da ciência da IA. Não basta que um chatbot ou sistema de IA interaja de forma fluida com o usuário; ele precisa compreender profundamente o cliente e adaptar suas respostas, produtos e serviços de maneira personalizada. Se ele não se sentir realmente compreendido e tratado como único, o impacto positivo da IA na empresa será pequeno. Um erro comum na era da personalização foi acreditar que chamar o cliente pelo nome bastava. No entanto,  a eficácia da IA vai muito além: ela precisa interpretar comportamentos, preferências e até aspectos subjetivos para oferecer uma experiência verdadeiramente hiper personalizada.

Enquanto isso, empresas chinesas estão ultrapassando barreiras tecnológicas e de algoritmos, com o desenvolvimento de meta-humanos – avatares virtuais altamente avançados que utilizam câmeras e sensores para captar a linguagem corporal dos clientes e interpretar suas emoções.

Esses avatares, integrados com algoritmos que realizam interações gráficas realistas e possuem interface com linguagem natural, reconhecem emoções e interpretam comportamentos através de dados históricos. Dessa forma, é possível ajustar as interações em tempo real, criando um nível de serviço extremamente personalizado. Esse uso sofisticado da IA revela que não se trata apenas de automação ou respostas rápidas, mas sim de uma compreensão profunda e proativa das necessidades e comportamentos dos usuários.

O grande desafio no Brasil é que muitas empresas estão adotando soluções superficiais, acreditando que apenas o uso de GenAI já é suficiente para inovar. No entanto, a verdadeira inovação só virá com a sua aplicação estratégica e personalizada nos negócios. Para isso, é essencial que esses projetos não se limitem a replicar soluções defasadas, mas se concentrem em resolver desafios reais das empresas, gerando valor e promovendo um desenvolvimento corporativo sustentável.

Precisamos ir além de simplesmente delegar para a IA; devemos pensar como empresas de IA, refletindo continuamente sobre como essa ciência pode se inserir em nossos negócios no curto, médio e longo prazos. Esperar demais para aplicá-la de maneira eficiente pode custar competitividade e inovação.

O Brasil possui grande potencial e competências para se destacar no uso de IA, mas é essencial que esse potencial seja direcionado de forma estratégica para enfrentar desafios reais de negócios e aumentar a produtividade. Para isso, é fundamental adotar uma abordagem sofisticada, que combine algoritmos avançados com a análise de grandes volumes de dados. Isso permitirá identificar padrões de comportamento com precisão e oferecer soluções personalizadas que realmente impactem o desempenho das empresas e da economia.

As empresas brasileiras que investirem em hiper personalização de maneira robusta, estarão um passo à frente da concorrência e poderão construir relacionamentos mais duradouros com seus clientes. Somente assim poderão acompanhar a evolução global da tecnologia e seu impacto nos negócios.

Ricardo Villaça, CAIO – Diretor de Inteligência Artificial da DRL AI.

Quais são os principais desafios do CAIO – Diretor de Inteligência Artificial?]

Em entrevista a TI Inside, Ricardo Villaça, CAIO – Diretor de Inteligência Artificial da DLR AI, comenta a respeito do boom da Inteligência Artificial Generativa e qual o impacto causado nos profissionais do setor. Confira:

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