Apesar da série de recuos entrecortados por muito jogo de cena e dissimulação, o CEO da Microsoft, Steve Ballmer, admitiu nesta quarta-feira, 19, que pode voltar a negociar um acordo para adquirir o Yahoo – pouco mais de dez dias após ter negado enfaticamente essa possibilidade durante um almoço de negócios em Sydney, na Austrália (veja mais informações em "links relacionados" abaixo). A manifestação foi feita um dia após o anúncio do Yahoo que Jerry Yang deixará o cargo de chief executive officer (CEO) assim que for encontrado um substituto.
Em declaração ao The Wall Street Journal, Ballmer disse que a Microsoft permanece "muito aberta" para negociar um acordo para adquirir o Yahoo, "mas porque seguiu adiante, apesar de todos os esforços mal-sucedidos para adquirir a empresa". A afirmação foi feita durante a reunião anual de acionistas na sede da empresa em Redmond (EUA), em que Ballmer disse que a Microsoft "tem feito todas as discussões com o Yahoo para a aquisição". Mas o executivo deixou escapar que a negociação deve ser feita em torno da aquisição apenas o negócio de buscas do Yahoo, conforme já havia dito anteriormente.
De acordo com analistas, a manifestação de Ballmer mais do que a admissão que a Microsoft na verdade nunca desistiu de comprar o Yahoo – ou pelo menos parte do site de buscas – é uma espécie de vingança a Jerry Yang, que se opôs ferozmente à oferta de US$ 47,5 bilhões feita pela gigante do software. Muitos atribuem até a saída de Yang ao fracasso das negociações com a Microsoft e ao recente cancelamento pelo Google do acordo de publicidade com a empresa. Alguns analistas mais ácidos observam que mesmo que a nova negociação venha a se concretizar, os acionistas da empresa agora terão de se contentar com um valor certamente muito mais modesto, em decorrência até da crise financeira mundial.
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