Segundo dados divulgados, em 2009, no Chaos Report, relatório bienal do Standish Group que analisa os resultados de mais de mil projetos de TI, apenas 32% dos projetos obtiveram sucesso em sua entrega. Isso significa que a cada três projetos realizados, apenas um foi bem-sucedido.
Imagine se a cada três casas construídas, apenas uma estivesse apta a servir de moradia? Se um hospital divulgasse um relatório informando que apenas um terço das operações realizadas ocorre com sucesso? Independentemente do exemplo, o índice de sucesso, ou melhor, de fracasso é alarmante.
Uma análise dinâmica da situação
Na última década, apesar dos recentes problemas enfrentados pelos mercados mundiais, houve um grande crescimento das empresas nacionais e multinacionais em todos os setores da economia. Esse crescimento fez com que a demanda por projetos de TI aumentasse consideravelmente, impulsionando este mercado que, por sua vez, injeta mais eficiência e valor ao mercado global, fechando assim um ciclo virtuoso de crescimento.
Por outro lado, o grande aumento desta demanda faz com que os fornecedores de TI tenham que atender um maior número de clientes e cada vez mais rápido. Esse aumento indiscriminado acaba por reduzir a qualidade da execução dos projetos, afetando, assim, o índice de iniciativas bem sucedidas.
Como resolver o problema?
Uma das novas percepções mais importantes e potencialmente mais poderosas que surgem do campo do pensamento sistêmico é que determinados eventos e estruturas ocorrem repetidas vezes, formando padrões denominados arquétipos sistêmicos¹.
Um dos arquétipos mais comuns em problemas complexos é o de "Crescimento e Subinvestimento". Este modelo diz que, quando um crescimento se aproxima de um limite, este limite pode ser eliminado ou postergado se a empresa – ou o indivíduo – investir agressivamente em capacidade de produção adicional, rápido o suficiente para impedir uma degeneração dos fatores de crescimento.
Este modelo pode ser aplicado para analisar o tema em questão: no mercado de TI temos uma ação de crescimento do mercado, que impulsiona uma demanda por projetos de TI, que – por sua vez – reflete um desempenho positivo, ou seja, projetos bem-sucedidos.
De acordo com este arquétipo "Crescimento e Subinvestimento", a estratégia com maior alavancagem² é aumentar a capacidade das áreas de TI para suportar um maior crescimento ou, em último caso, reduzir as demandas como um todo. O resultado desse investimento em capacidade de produção adicional é o crescimento do número de projetos bem-sucedidos.
Uma empresa ou área de TI deve ser capaz, ao final da implantação dos processos, de prover a adequada gestão e divulgação dos conhecimentos de negócio e de software.
Como obter sucesso na implantação dos processos de TI?
Conhecidos os processos de TI, o desafio passa a ser a sua implantação. É nesse momento que a automação tem um papel fundamental. Na verdade, a automação é necessária à maturidade de qualquer tipo de processo sendo um fator crítico de sucesso para a gestão dos processos de negócio³.
Uma automação totalmente orientada a processos, capaz de promover a colaboração entre os usuários e aumentar a maturidade da área de TI como um todo é peça fundamental para o seu sucesso e, consequentemente, para o aumento do índice de projetos bem-sucedidos.
Obras Citadas
1.Senge, Peter M. A Quinta Disciplina. s.l. : Best S eller, 1990.
2.Kaplan, Rober t S. and Nor ton, David P. A Estratégia em Ação – Balanced S corecard. s.l. : Campus , 1997.
3.Rosemann, Michael, Tonia, de Bruin and Tapio, Hueffner. A Model for Business Process Management Maturit y. www.bpm.fit.qut.edu.au. [Online] 10 20, 2004. [Cited: 08 14, 2009.]http://www.bpm.fit.qut.edu.au/students/toniadebruin/documentation/
ACIS_2004_A_Model_for_Business_Process_ManagementM aturit y.doc.
Felipe Rezende é formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Uberlândia e atua como diretor de produtos do www.especificacoes.com. Já realizou diversas consultorias de alinhamento entre TI e Negócio, de implantação de processos de ALM (Gerenciamento do Ciclo de Vida de Aplicações) e de Gestão de Serviços de TI.