As maneiras tradicionais de pesagem de superfícies das rodovias brasileiras não são somente antieconômicas, mas também limitadas pela infraestrutura. A tragédia mais recente da BR-277, em que um caminhão tombou e atingiu uma van, nos afeta com um lembrete de uma ocorrência comum: colisões que ocorrem porque os veículos de carga estão excessivamente sobrecarregados; e também um aviso acentuado de que nossa capacidade de processar cargas de qualquer forma está conduzindo um projeto de morte sobre rodas.
Isso ocorre porque a prática de andar com veículos com sobrepeso, que conta com uma supervisão limitada, coloca profissionais de transporte e passageiros em perigo, mesmo ao afetar negativamente a infraestrutura das rodovias. A tecnologia moderna e a inovação abrem inúmeros caminhos para uma fiscalização mais econômica e uma maior cobertura em áreas de alto risco.
A pesagem em movimento (HS-WIM) é um exemplo claro de como a tecnologia pode transformar o cenário. Ao substituir pontos de fiscalização fixos e custosos, essa inovação permite um aumento substancial na quantidade de pontos de controle, monitorando de forma precisa cada veículo para verificar sobrecarga, excesso de velocidade ou falhas nos freios. Com isso, o projeto viabiliza a instalação de sensores móveis e o monitoramento eficiente de carretas.
A segurança rodoviária no Brasil é um problema crônico. A falta de fiscalização dos veículos é ampliada por problemas relacionados ao peso da carga e impacto na infraestrutura da estrada. Entretanto, os avanços tecnológicos de ponta oferecem novas variantes do controle aprimorado mais barato e alcançado pela vigilância. A nova modalidade da inspeção é a pesagem em movimento.
Diferente das balanças fixas, que são caras e limitadas, a pesagem dinâmica é mais eficiente e econômica, permitindo detectar excesso de peso sem necessidade de parada. Com sensores integrados na pista, essa tecnologia permite monitorar continuamente o tráfego em vários pontos ao longo da rodovia, aumentando a abrangência e eficácia em relação às balanças tradicionais, que operam apenas em locais específicos e sob controle limitado da polícia.
A combinação entre pesagem em movimento e análise comportamental de direção cria um nível de fiscalização mais amplo do que apenas o peso do veículo. Com relatórios rígidos e regulares para cada caso, qualquer abuso ou negligência rotineira podem ser observados, evitando acidentes reais que, de outra forma, aconteceriam. Este nível superior de segurança em escopo e detalhes são as melhorias que a maioria das estradas brasileiras precisam para garantir a segurança e a saúde de quem as usa.
Alexandre Krzyzanovski, Diretor de Engenharia da Pumatronix.