Unificar as comunicações, apesar das vantagens, é tarefa difícil de ser realizada, tanto em nível corporativo como individual. Um estudo recente da IDC, denominado Fixed-Mobile Convergence, constata que a convergência tecnológica nas telecomunicações ainda está atrelada a alguns fatores para viabilizar a tão sonhada produtividade.
De acordo com o analista de telecomunicações da IDC, Vinicius Caetano, pesquisas recentes da consultoria mostram que a maioria das empresas espera ter ganhos de no mínimo 20% em produtividade com as comunicações unificadas. "Hoje, o número de usuários convergentes no Brasil ainda é pequeno, mas a previsão para os próximos três anos é de um crescimento de até três dígitos", disse ele.
O estudo da IDC comparou também o Brasil a outros dois países, onde as comunicações unificadas estão um pouco mais evoluídas sendo já oferecida como serviço das próprias operadoras, embora essa introdução seja recente. Um deles é os Estados Unidos que já conta com 116 mil usuários convergentes, após o lançamento em 2007, predominantemente corporativos. E o outro é a Inglaterra, onde o serviço foi introduzido em 2006 e já atinge 100 mil usuários, a maioria residencial.
Para o analista da IDC, o mercado brasileiro está caminhando de forma desordenada nessa área. "Hoje, não existe um padrão definido para realizar a convergência e as ofertas são desconexas. As soluções precisam ser instaladas à parte na estrutura das empresas, que passam a conviver com dois sistemas: o PABX existente e o serviço que unifica a infra-estrutura fixa e móvel. Tanto que isso levou ao fracasso algumas tentativas nessa área", lembra Caetano, que estranha o fato desse sistema ainda não estar desenvolvido.
Atualmente, as soluções oferecidas pelas operadoras para viabilizar a convergência, tanto para o usuário corporativo, como o residencial, concentram-se basicamente em bluetooth, que viabiliza a comunicação entre os aparelhos e uma base plugada na rede fixa, o Wi-Fi, onde o serviço de telefonia pode sair por VoIP e o PABX IP, que já vem com a tecnologia integrada para viabilizar a ligação fixo-móvel, e que, na opinião do analista, deverá crescer mais.
Para incrementar a introdução dessas soluções, a IDC recomenda que as operadoras associem a convergência fixo-móvel com a produtividade, fornecendo soluções que realizem a integração. E, para o usuário, a orientação é para estudar as opções existentes no mercado, escolhendo a que mais se adequa às suas necessidades.
"O mercado brasileiro apresenta, atualmente, um maior índice de penetração da telefonia móvel do que fixa. Assim, a convergência constitui-se em uma das maneiras de desafogar a rede móvel, fazendo com que parte dos dados possa trafegar pela rede fixa legada. Com isso, é possível baratear o serviço ao usuário, mantendo a qualidade, afinal convergência nada mais é do que permitir que o aparelho móvel possa utilizar as redes fixa e móvel, de acordo com a disponibilidade do momento e a um custo mais baixo", conclui Caetano.
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