Ideias de como será o futuro da computação são vistas todos os dias: tablets, mobilidade, redes sociais, 4G, cloud computing, mas pouco se fala sobre a ferramenta que é o dia a dia da maior parte das empresas: o ERP. Estamos cada vez mais acostumados a usar a informática e a internet de forma natural para buscar informações, compartilhar vivências, entretenimento e, principalmente, resolver problemas. É uma janela aberta para o mundo que pode ser acessada de qualquer smartphone.
Mas quando chegamos ao escritório e iniciamos nossa rotina diária, ligamos o computador e… warp! Somos transportados a um universo paralelo, onde tudo é isolado do resto do mundo, bloqueado, complicado e entediante. Bem vindo ao seu ERP. Por que isso acontece? Porque o ERP é um sistema tão grande e complexo que dificulta a adoção de novas tecnologias na velocidade que elas surgem no mundo. Explicando melhor: os sistemas de ERP que estão hoje no mercado foram concebidos há mais de 20 anos e poucos mudaram em sua essência nesse período. Na verdade, é necessária uma revisão sobre como o ERP está estruturado em sua totalidade, já que a maneira como os negócios são feitos vem mudando nas últimas duas décadas, e muito mais do que isso, mudou a peça principal desse cenário: o usuário.
Estamos falando de uma nova geração de aplicativos ERP e, portanto, a mudança não é simples, e muitos poucos players realmente conseguirão sair do outro lado. Entender como o seu fornecedor de ERP enxerga esses quatro itens abaixo lhe dirá se o mesmo ainda estará no mercado de forma competitiva em alguns anos.
O que devemos ver nos ERPs nos próximos anos:
1 – Cloud computing: Talvez o requisito mais básico da nova geração de ERPs seja o acesso via web de qualquer lugar, pagando apenas pelo que usar, com total segurança e disponibilidade. Mas os sistemas de ERP atuais estão em sua ampla maioria na era cliente-servidor, ou de forma muito primitiva em web.
2 – "Usar e aprender", em vez de "Aprender a usar": Esta parte é bem mais desafiadora do que parece. Usabilidade neste contexto é tornar o ERP simples e intuitivo, mas sem perder a riqueza de tratamento das transações. É partir do princípio que ninguém precisa conhecer previamente o sistema para operá-lo e entender o seu processo de negócio. Vamos ver pela ótica do novo usuário da famosa geração Y: "Eu não tive que ser treinado para usar o Facebook".
3 – Mobilidade: Hoje temos acesso a toda nossa vida digital com o uso de smartphones e tablets e, logicamente, vamos esperar o mesmo do nosso ERP. Mas deve-se prestar atenção sobre como isso é feito. A armadilha é supor que pelo fato do sistema ser web ele já pode ser usado de qualquer dispositivo móvel. Isso não é verdade. O uso que se faz do ERP quando estamos na rua é diferente da nossa operação no escritório e, além disso, nem sempre a conexão de internet está disponível na qualidade necessária. Portanto, o que se faz necessário é um app que rode localmente no smartphone ou no tablet que disponibiliza transações específicas do sistema de forma preparada para ser usada por toque em tela, e com maior foco em informações gerenciais.
4 – Integração plena: Se você acessar a loja de aplicativos da Apple ou do Android você encontrará centenas de soluções de terceiros para acesso ao Facebook, Twitter e LinkedIn. Por que isso acontece? Porque esses provedores possuem um conjunto de interfaces (APIs) abertas e documentadas que fomenta uma grande comunidade de desenvolvedores que cria aplicativos para fins específicos. O conceito é simples: tudo o que pode ser feito via browser e teclado pode ser feito via interfaces. Isso tornará possível integrar um ERP genérico a aplicativos específicos, pois cada empresa é única e possui necessidades específicas.
Esse tipo de ERP – em nuvem, fácil de operar, móvel e com integração em redes sociais – é o futuro. A maturidade do mercado, em especial empresas e usuários, é o que determinará a velocidade em que este sistema de gestão será predominante entre as corporações. A nova geração, que espera respostas rápidas e que exige simplicidade no uso de ferramentas tecnológicas, certamente, será o grande impulsor desta nova geração de ERP, que precisa acompanhar o surgimento de novas tecnologias e, principalmente, de novas necessidades.
*Marcelo Lombardo é diretor de desenvolvimento de negócios da New Age Software.