A equipe de pesquisadores da Check Point Software Technologies acompanhou nos últimos seis meses o cenário de ciberataques no Brasil. Segundo a equipe do Check Point Research (CPR), uma organização no Brasil está sendo atacada, em média, 733 vezes por semana nos últimos seis meses, em comparação com 596 ataques por organização em todo o mundo.
Os pesquisadores identificaram também que o principal malware do Brasil é o XMRig, impactando 13% das organizações. A lista dos principais malwares do Brasil inclui três criptomineradores (XMRig, JSEcoin, Cryptoloot), um adware (Dealply) e um infostealer (Formbook). Confira a definição dos malwares:
XMRig – Software de mineração de CPU de código aberto usado para o processo de mineração da criptomoeda do Monero e visto pela primeira vez, em tempo real, em maio de 2017.
JSEcoin – Minerador de JavaScript que pode ser incorporado em sites. Com o JSEcoin é possível executar o minerador diretamente no navegador em troca de uma experiência sem anúncios, moeda do jogo e outros incentivos.
Cryptoloot – Criptominerador que usa o poder de CPU ou GPU (processador gráfico) da vítima e os recursos existentes para a criptomineração, adicionando transações ao blockchain e liberando nova moeda. Originalmente é um concorrente do Coinhive, oferecendo uma porcentagem menor de receita de sites.
Dealply – É um adware, um programa que exibe anúncios em páginas da web. Quando se está pesquisando por um produto em um site, o software exibe uma pequena janela com ofertas da palavra-chave buscadas em outras páginas de varejo para comparação de preços.
FormBook é um InfoStealer focado em ambientes Windows OS. Detectado pela primeira vez em 2016, é promovido em fóruns de hacking underground pelas suas técnicas de evasão e pelo seu baixo preço. O roubo de credenciais pelo FormBook em vários web browsers, reúne capturas de écran (ou capturas de telas), monitoriza e mapeia teclas usadas e pode fazer o download e executar arquivos conforme as suas ordens de C&C.
Infostealer.Astaroth é um cavalo de Tróia que rouba informações do computador comprometido.
O levantamento apontou que 62% dos arquivos maliciosos no Brasil foram entregues via Web; e o tipo de exploração de vulnerabilidade mais comum no País é a execução remota de código (Remote Code Execution), impactando 66% das organizações. Além disso, o vetor de ataque para arquivos maliciosos nos últimos três meses refere-se a e-mails e Web. No Brasil, 62% dos ataques visaram a Web, enquanto 38% foram para e-mails. Em termos globais, a variação foi de um ponto, sendo 63% dos ataques a Web e 37% aos e-mails.
Os pesquisadores do CPR também destacaram os principais ataques e violações sofridos no País:
Outubro de 2019 – Um banco de dados contendo informações pessoais de 92 milhões de cidadãos brasileiros está sendo leiloado em mercados clandestinos. Os registros, com 16 GB no total, incluem nomes, data de nascimento e CPF. Suspeita-se que a origem dos dados tenha sido uma organização governamental.
Setembro de 2019 – O serviço de computação serverless (sem servidor) Cloudflare Workers foi explorado em uma nova campanha maliciosa. Os Workers foram usados em uma campanha de três estágios para entregar uma nova variante do Astaroth Infostealer, um malware descoberto pela primeira vez em 2018, visando vítimas do Brasil.
Fevereiro de 2019 – Pesquisadores de segurança descobriram uma nova campanha do Trojan Astaroth visando vítimas no Brasil e na Europa. A nova campanha explora o software antivírus Avast para roubar informações e eliminar módulos maliciosos adicionais.
Num panorama geral, os pesquisadores da Check Point relacionaram os principais países de origem das ameaças dos últimos 6 meses com relação aos ataques no Brasil e Global: