Empresas dos mais diversos segmentos têm buscado soluções de data centers para o armazenamento e processamento de dados. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Canalys, os gastos mundiais com serviços de infraestrutura em nuvem crescem 28% ano a ano, alcançando US$ 63,1 bilhões em 2022. Em meio à transformação digital, esse aumento dos investimentos também contribui para a ascensão da modalidade built-to-suit de construção de data centers, na qual eles são projetados, construídos e operados conforme as demandas operacionais de cada companhia.
Os data centers são uma peça fundamental na era digital e, independentemente da escala, tecnologia ou da natureza da digitalização, eles possuem hoje um grande envolvimento no foco de qualquer negócio. Em vista desse progresso, a técnica built-to-suit proporciona diversas possibilidades às empresas que a escolhem, visto que ela permite uma maior personalização de acordo com as necessidades de cada cliente.
Em linhas gerais, quando optado pela técnica built-to-suit, o cliente seleciona um parceiro especializado para projetar e construir um campus personalizado em um local adequado. Dessa forma, o edifício atende exclusivamente a uma única organização. Entretanto, apesar da estrutura ser elaborada sob medida, o cliente não possui a posse e operação do data center. Nessa modalidade, ele aluga o local à provedora após a conclusão da construção, fazendo o uso, portanto, como um serviço.
O investimento em data centers built-to-suit promove diversos benefícios às empresas. Na primeira fase, é possível personalizar a localização, o tamanho, o design e o nível de resiliência para a infraestrutura, possibilitando a otimização de espaço, energia, resfriamento e conectividade dos ambientes de operação. Posteriormente, ao alugar o data center ao provedor, o cliente obtém um serviço operacional completo, ou seja, passa a dispor da expertise de uma equipe especializada e gerida pelo parceiro, alcançando uma maior sustentabilidade financeira.
Essa terceirização do serviço de data center, proveniente do aluguel da infraestrutura, assegura maior foco no negócio. A modalidade built-to-suit permite ainda que a empresa se beneficie da experiência, do poder de compra e dos relacionamentos do provedor para impulsionar o período de colocação no mercado. Além disso, a expertise no gerenciamento de estruturas de alta complexidade e da priorização das práticas ESG exige do parceiro certificações e iniciativas que contemplem o meio ambiente, a comunidade e a governança.
Vale ressaltar que a técnica built-to-suit é bastante procurada por grandes corporações e pelas organizações de hiperescala. Há muitas empresas que já superaram seu portfólio de nuvem e de Colocation e, consequentemente, buscam economias de escala com um data center próprio para conceber uma arquitetura híbrida. Essa solução é comum nas companhias que precisam reagir, de alguma forma, ao crescimento interminável de suas soluções de 5G, Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisa (IoT), que demandam diversas características específicas.
Victor Sellmer, Diretor Comercial e Marketing da ODATA.