A tecnologia WiMax tem uma excelente oportunidade de se expandir no mercado para acesso fixo, portátil e móvel em banda larga. As vantagens de custo, flexibilidade e portabilidade permitirão também que os fornecedores consigam market share no segmento de operadoras usando tecnologias wireless proprietárias ou wireline. Estas são algumas das conclusões do estudo divulgado pela empresa de pesquisa da área de tecnologia In-Stat.
O desafio maior do mercado, segundo o estudo, será conseguir a harmonização mundial do espectro, com faixas de radiofreqüência suficientes para permitir que os fabricantes de equipamentos baixem os preços. ?Nossa estimativa mais otimista é que o mercado mundial de equipamentos pré-WiMax, que utilizam as especificações do padrão IEEE 802.16-2004 ? em número de assinantes e de unidades de estações radiobase ? movimentou US$ 42 milhões em 2005 e deve alcançar US$ 3,2 bilhões em 2010, diz Norm Bogen, analista da In-Stat. "A projeção mais conservadora aponta para US$ 19 milhões em 2005 e US$ 2,1 bilhões em 2010."
A In-Stat avalia que o preço do equipamento para o assinante, que atualmente custa em torno de US$ 500, cairá para menos de US$ 100 em 2010. Apesar da força de atração do padrão 802.16-2004, a empresa avalia que o sucesso real de WiMax dependerá do 802.16e para atingir um mercado muito maior. A razão disso, segundo o estudo, está no fato do padrão 802.16e oferecer às operadoras móveis um incremento de desempenho e economia em relação as tecnologias 3G já existentes, especialmente em no que diz respeito ao aumento da receita média por usuário (ARPU) e serviços multimídia.
Um outro estudo, realizado pela consultoria Frost & Sullivan mostra que, no caso do Brasil, o WiMax tem o potencial de levar serviços de banda larga e voz sobre IP a aproximadamente 2,8 milhões de usuários até 2010. Deste total, a empresa avalia que cerca de 45% estariam concentrados na região Sudeste do país.
Segundo o estudo, essa expansão deverá ser impulsionada pela queda no custo dos equipamentos, bem como pelos provedores de acesso em banda larga sem fio (BWA), que atualmente estão direcionados estritamente a instalações em prédios comerciais e residenciais em áreas urbanas, e tendem a oferecer seus serviços a locais menos verticais. Além disso, conforme a Frost & Sullivan, há a necessidade crescente das operadoras de telefonia fixa de adotar a tecnologia para expandir a cobertura de seus serviços a áreas remotas ou com oferta de poucos serviços.
?A infra-estrutura que as operadoras de telefonia fixa utilizam para oferecer serviços de voz e internet não é capaz de atender a todo esse mercado potencial,? explica Alex Zago, analista de pesquisa da Frost & Sullivan. ?A alternativa seria implementar redes WiMax nessas regiões onde não compensaria investir em redes tradicionais.?
Zago observa que, embora a certificação e a homologação dos produtos WiMax tenham sido lançadas há poucos meses, a tecnologia já está atraindo a atenção dos mercados wireless do Brasil. Alguns fornecedores, segundo ele, já têm planos de fabricar equipamentos WiMax localmente. ?Se isso se tornar realidade, os custos dos equipamentos, notadamente o custo do modem, provavelmente cairão ainda mais, resultando em novos investimentos.?
Para o executivo, no geral, o mercado de banda larga e voz sobre IP via WiMax no Brasil tende a ser extremamente promissor. ?Apesar disso, as operadoras precisam compreender as regiões e os modelos de negócio que maximizariam o retorno sobre o investimento por meio de uma rede WiMax", finaliza Zago.