Depois da Microsoft, que nesta semana voltou a ser alvo de uma nova investigação antitrustre pela Comissão Européia, braço executivo da União Europeia, agora é a vez da IBM passar por uma averiguação dos órgãos reguladores europeus por suposto abuso de sua posição dominante no mercado de computadores de grande porte (mainframes).
A acusação partiu da pequena fabricante européia de mainframes, a T3 Technologies, que apresentou uma queixa à Comissão Europeia alegando que a IBM abusou da sua posição no mercado, vinculando a venda de seu sistema operacional à sua linha de mainframes, impedindo que produtos concorrentes pudessem disputar o mercado em condições de igualdade, segundo notícia publicada pela edição on-line do Financial Times.
A empresa também denuncia a IBM de ter retido licenças de patente e de propriedade intelectual em detrimento dos compradores de mainframe na Europa.
A ação, embora não chegue a ser propriamente uma novidade, já que a empresa já foi alvo no passado de investigação semelhante, pode levar o órgão europeu, que fica sediado em Bruxelas, capital da Bélgica, a abrir um novo inquérito sobre as operações da IBM.
Funcionários da União Europeia já vinham acompanhando as atividades das subsidiárias do grupo em fins de 2007, em decorrência de uma queixa semelhante feita pela start-up americana Plataform Solutions Inc. (PSI), que também acusava a IBM de violar a lei antitruste dos Estados Unidos. Em julho do ano passado, porém, a IBM comprou a PSI, que retirou a queixa pouco antes de fechar o negócio com a gigante dos mainframes (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Desde então, a T3, que possui filial em Tampa, nos EUA – onde tem cerca de 200 clientes ¬, e escritórios em Birmingham, na Inglaterra, e Milão, na Itália, que tem estado em contato regular com funcionários da Comissão para a Concorrência.
Procurada pela reportagem do jornal britânico, a IBM, por meio de um porta-voz, disse não tinha conhecimento do inquérito. "Não estamos cientes da queixa e não recebemos nenhuma cópia do documento."
A expectativa da T3 é fazer uma apresentação aos membros da Comissão para a Concorrência nas próximas semanas. Se a queixa for acatada por Bruxelas, ela já adiantou que o próximo passo será a abertura de um inquérito formal.
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