Bancos respondem por 72% dos investimentos em TI em 2005

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A expansão da rede de correspondentes bancários e os esforços para a adequação do sistema bancário às novas normas regulatórias mantiveram o setor financeiro na ponta entre os que mais investiram em TI em 2005, segundo o estudo ?Brazil IT Spending Trends 2006: Finance?, realizado pela consultoria IDC Brasil a partir de 80 entrevistas com bancos e seguradoras de pequeno, médio e grande porte no país.

O levantamento detectou que o setor foi responsável por 20% do total das aquisições em tecnologia no Brasil no ano passado. De acordo com o estudo, somente os bancos representam 72% dos gastos totais de TI desse segmento, enquanto as seguradoras responderam por 12%.

De acordo com Mauro Peres, diretor de consultoria do segmento de finanças, 2005 foi um ano turbulento para os bancos de médio porte por causa da desconfiança do mercado após a quebra do Banco Santos, também colaborando o envolvimento de outras instituições financeiras em operações tida como suspeitas com o governo.

?Muitos dos bancos de médio porte mudaram o foco das suas operações e passaram a explorar os mercados de crédito consignado e de crédito ao consumidor. Por outro lado, a maioria dos bancos de grande porte apresentou resultados excelentes, graças às altas taxas de juros brasileiras, às receitas de serviços e também à captura de parte dos clientes de middle market, que fugiram dos bancos médios?, analisa Peres. ?No final de 2005 o mercado se acalmou, e a tendência é que em 2006 muitos dos clientes foragidos regressem aos bancos menores em busca de um atendimento mais personalizado?, completa.

O estudo indica que, ao longo de 2006, as empresas do segmento investirão prioritariamente em soluções de segurança da informação, antifraude, integração, consolidação da infra-estrutura de TI e continuidade dos negócios. Para os CIOs dos bancos de grande porte, a busca por uma visão unificada dos clientes continuará em pauta neste ano. Com relação às seguradoras, as atenções estarão voltadas para soluções voz sobre IP (VoIP), a fim de reduzir os custos com telefonia, além das ferramentas de gerenciamento eletrônico de documentos para melhorar os processos atuariais.

?TI, na maioria das empresas financeiras, é muito orientada à transação, e não a vendas. O aumento da competitividade está forçando as empresas do setor a rever esse posicionamento. Neste ano veremos muitas empresas investindo em soluções de TI para segmentar os seus clientes a fim de entendê-los melhor, inclusive com maior preparação nos gerentes comerciais e agentes com ferramentas eficientes, com a oferta de produtos mais aderentes às suas necessidades?, explica Peres.

A análise mostrou que, com o setor tendo aplicado grande parte de seu orçamento em soluções de adequações às normas regulatórias em 2005, os bancos vêm se preparando para o cenário de quedas de juros, investindo para aumentar as suas operações que ainda gerarão spreads altos, como o crédito consignado, CDC, entre outros. Segundo a IDC, essa é uma tendência que se manterá firme em 2006, com a maioria dos bancos investindo ainda mais para expandir essas operações, seja abrindo lojas próprias, aumentando o número de agentes ou de correspondentes bancários. Segundo análise da IDC, os bancos aumentarão em média 14% os seus orçamentos de TI em 2006 em comparação a 2005.

Com resultados positivos em 2005, o mercado brasileiro de seguros repetirá o desempenho neste ano, graças à consolidação das bases regulatórias dos segmentos de vida e de previdência privada, e a potencial privatização do mercado de resseguros, que talvez aconteça nesse ano. ?Muitas seguradoras pretendem investir em 2006 na exploração dos vários mercados ainda intocados, inclusive nas classes sociais mais baixas, oferecendo produtos diferenciados através de novos canais de venda?, diz Peres. Para a IDC, as seguradoras aumentarão em torno de 11% os seus orçamentos de TI em 2006 em comparação ao ano passado.

O relatório ?Brazil IT Spending Trends 2006: Finance? descreve quais serão as prioridades de investimento de TI para 2006 dos bancos e seguradoras que atuam no Brasil, mostrando quanto crescerá os seus orçamentos de TI em 2006, quanto e onde investirão em soluções de segurança, contingência, business intelligence etc. O estudo mostra ainda qual é o estágio atual de suas bases instaladas e quais serão os planos de atualização para 2006, planos de terceirização, investimentos em hardware, software, serviços, entre outros. Aponta, ainda, as melhores oportunidades do setor para os prestadores de serviços e fornecedores de tecnologia em 2006.

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