Fundo de hedge quer que Apple deixe em aberto possibilidade de emitir ações preferenciais

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O fundo de hedge Greenlight Capital, acionista da Apple, entrou com pedido na Justiça dos Estados Unidos para impedir a votação na assembleia anual de acionistas de uma proposta para alterar artigos de incorporação da companhia. A estratégia com isso é obrigar a Apple a deixar em aberto a possibilidade de emitir ações preferenciais. Caso a liminar seja concecida, a empresa não poderá fazer alteração nos estatutos que a impediria de emitir ações preferenciais no futuro.

Um advogado do fundo disse que a proposta viola regras da comissão de valores mobiliários, e acionistas como a Greenlight devem ser autorizados a votar nas medidas separadamente. "Se você é um acionista da Apple, tem que votar sim para todos como um grupo ou não a tudo como um grupo", disse o advogado, Mitchell P. Hurley, ao juiz do caso, Richard Sullivan, durante audiência. "As leis federais de valores mobiliários proíbem terminantemente a Apple de colocar seus acionistas nessa posição", completou Hurley.

A Greenlight tem urgência por uma decisão, já que a votação está prevista para ocorrer durante a assembleia anual de acionistas, marcada para o dia 27 próximo. Contudo, apesar de o juiz ter dado uma ideia de sua decisão, ao dizer que o fundo de hedge tinha o melhor caso sobre a questão, ele se recusou a adiantar se irá impedir ou não a votação na próxima semana. Ele diz não ter certeza de que o fundo de hedge sofreria "danos irreparáveis" se o voto for adiante.

Um advogado da Apple, ao ser contestado que três medidas foram indevidamente agrupadas para votação, disse que elas são parte de uma alteração ao artigo de incorporação da Apple. A empresa questionou os motivos da Greenlight em entrar com o processo, acusando-a de tentar incitar a Apple a emitir ações preferenciais. O advogado do fundo, por sua vez, defende que a votação das propostas exigiria que a Greenlight votasse "contra seus próprios interesses."

A Apple divulgou, no início do mês, que fará o pagamento antecipado de dividendos e aumentará a proporção de dinheiro em caixa a ser distribuído aos acionistas, sendo que US$ 10 bilhões dos US$ 45 bilhões aprovados para serem repassados aos investidores pelo período de três anos já foram pagos. A Greenlight, por sua vez, tenta fazer a companhia devolver aos acionistas mais de US$ 137 bilhões por meio da emissão de ações preferenciais. De acordo com um documento recente, a Greenlight elevou sua participação na Apple em cerca de 20% para 1,3 milhão de ações no quarto trimestre.

Desde setembro do ano passado, quando atingiram o valor máximo na bolsa, as ações da Apple já desvalorizaram cerca de 35%. O crescimento do lucro e receita também desacelerou. E esses fatores transformaram Tim Cook, CEO da companhia, num alvo para os accionistas, que o tem pressionado por mais resultados. Com informações de agências internacionais.

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