IEEE alerta sobre os principais riscos cibernéticos

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A IEEE, organização mundial técnico-profissional dedicada a avanços tecnológicos para benefício da humanidade, alerta que Inteligência Artificial, Blockchain e Regulação da Privacidade do Consumidor serão as principais "armas" de combate aos riscos da segurança digital

Manter seguras as redes de computação sempre tem sido um dos principais objetivos dos especialistas de informática em todo o planeta. Mas quais seriam os principais desafios nessa área que deveremos enfrentar no próximo ano?

Andre Leon S. Gradvohl, membro sênior do IEEE e professor na Universidade de Campinas (Unicamp), destaca os três maiores:

Violação de dados (data breaches): milhões de dados de usuários e consumidores concentrados em apenas alguns provedores são um dos mais lucrativos alvos dos cibercriminosos, que já cometeram grandes invasões de sistemas, como ocorreu com o Yahoo em 2013/2014, com o vazamento de 3 bilhões de contas, com o Uber em 2016 (57 milhões de usuários afetados) e com Equifax em 2017 (143 milhões de contas comprometidas).

Ramsonware: tipo de software nocivo que restringe o acesso ao sistema infectado e cobra um resgate para que o acesso possa ser restabelecido, o ramsonware é facilitado pela invasão de dados. Transformado em setor de negócios pelo crime, pessoas podem comprar kits que para praticar esses delitos, o que exige o desenvolvimento de sistemas eficientes de proteção.

Segurança na Internet das Coisas (IoT): o grande impulso que este sistema vem registrando faz com que empresas e usuários sejam negligentes com sua proteção, o que os expões a grande riscos de segurança.

Para enfrentar esses desafios, a cibersegurança vem desenvolvendo inovações que terão grande impacto em todo o sistema. O cientista da computação,  membro do IEEE,  destaca as três principais inovações para o futuro próximo:

Inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (machine learning): ao facilitar o reconhecimento de padrões e a tomada de decisões, essas inovações serão fundamentais para identificar e neutralizar ataques de cibercrimes, além de agilizar o desempenho de computadores ao permitir a gestão de um maior número de dados.

Cadeia de blocos (blockchain): sistema de registros que garante a segurança de operações com criptomoedas, o blockchain funciona offline, descentralizado e incrementa a transparência e a segurança das transações financeiras, além de ser útil em outros setores além do financeiro.

Regulação da privacidade do consumidor: visando proteger as pessoas de certos abusos, governos da União Europeia e dos Estados Unidos estão elaborando regras que punirão empresas que não ajam com transparência em casos de violação de dados e informações de cidadãos.

Na opinião do professor Gradvohl, todos os setores se beneficiam com esses avanços, sobretudo as empresas financeiras (Fintechs). Mas faz um alerta: ao ampliar o uso de TI, o setor energético se torna um alvo maior para ataques criminosos, daí a necessidade de aumentar sua segurança. O blockchain também impacta a cibersegurança, já que seu uso se expandiu além do sistema financeiro. Por isso, destaca o especialista do IEEE, é necessário criar sistemas que sigam as transações, promovam transparência e autoauditoria e sejam descentralizados.

Embora entidades como o Banco Central brasileiro suspeitem que a criptomoeda seja uma moda passageira, Gradvohl alerta para o fato de que ela atrai a atenção de muitos criminosos, o que abala sua credibilidade e sua adoção pelas pessoas, sendo necessário aguardar sua consolidação para obter essa confiança. Para o próximo período entre 5 a 10 anos, o membro do IEEE prevê que a IoT e IA estarão cada vez mais presentes em nossas casas, o que nos torna mais vulneráveis a ciberataques. Isso nos obriga a adotar medidas de segurança de dados, guardando cópias em arquivos protegidos e conhecendo quem tem acesso a eles. A criação de legislação que nos proteja da invasão de dados também é uma necessidade para o próximo período, finaliza Gradvohl.

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