Na última década, testemunhamos uma mudança revolucionária no desenvolvimento de software com o surgimento de arquiteturas low-code/no-code (LC/NC). Essas abordagens transformaram a maneira como as empresas criam aplicativos, eliminando a necessidade de habilidades tradicionais de codificação.
A demanda por transformação digital vem crescendo no mesmo ritmo que as empresas adotam mais plataformas low-code/no-code para atender às suas necessidades de ampliação de software. De acordo com o relatório da Gartner, espera-se que inúmeras empresas no mercado utilizem plataformas de desenvolvimento de baixo código e sem código para gerar 70% de novos aplicativos até 2025.
A pesquisa prevê também que o mercado de plataformas sem código/baixo atingirá US$ 12,3 bilhões. Esse crescimento decorre da demanda por criação rápida e adaptável de software. Essas plataformas conectam departamentos de TI com usuários empresariais, promovendo a colaboração e agilizando o desenvolvimento. Outro relatório da Forrester prevê que o mercado de plataformas low-code crescerá para US$ 21,2 bilhões até 2025.
O poder do desenvolvimento democratizado
A ascensão das plataformas LC/NC transformou significativamente o desenvolvimento de software, permitindo a criação de aplicativos mais complexos em menos tempo. A introdução da Inteligência Artificial Generativa (Gen AI), particularmente por meio de modelos avançados de grandes linguagens (LLMs) oferece às empresas novas perspectivas de inovação, modernização de sistemas e aceleração de processos.
Essas plataformas fazem mais do que reduzir o tempo e os custos de desenvolvimento, elas ajudam a desbloquear o potencial criativo dos funcionários. Ao permitir que indivíduos de vários departamentos projetem as ferramentas que precisam, elas ajudam a impulsionar a criatividade e a produtividade.
Em setores como finanças, saúde e varejo, as empresas podem usar LC/NC para agilizar processos, melhorar o atendimento ao cliente e se adaptar às mudanças do mercado. A capacidade de executar e repetir rapidamente em soluções permite que as organizações sejam mais ágeis, respondendo com agilidade às necessidades do cliente e às tendências do mercado.
O papel da governança na adoção de low-code/no-code
O gerenciamento de segurança continua sendo uma limitação crítica e motivo de preocupação, os aplicativos LC/NC requerem proteções robustas de software codificado tradicionalmente. Integração com sistemas legados e escalabilidade para níveis empresariais também são obstáculos, especialmente em ambientes corporativos complexos.
Além disso, conforme as plataformas LC/NC continuam evoluindo, as estruturas de governança devem abordar os desafios de verificação e validação de código, incluindo diferenças entre codificação assistida por LLM, pacotes LC/NC e práticas de codificação autônomas.
À medida que mais usuários empresariais adotam essas plataformas, os departamentos de TI devem estabelecer estruturas de governança robustas para manter a supervisão e, ao mesmo tempo, capacitar os desenvolvedores, evitando cenários de TI paralelos, nos quais aplicativos não autorizados ou mal projetados podem criar vulnerabilidades de segurança e ineficiências operacionais.
Estratégias para o futuro
O futuro das plataformas low-code/no-code é promissor, com avanços em inteligência artificial e aprendizado de máquina definidos para aprimorar suas capacidades. No futuro, essas tecnologias provavelmente aumentarão ainda mais sua funcionalidade e usabilidade. A democratização do desenvolvimento de software por meio de plataformas LC/NC e o potencial para interfaces de codificação orientadas por fala sugerem um impacto global, capacitando usuários em vários mercados a inovar sem a experiência tradicional em programação.
Conforme a adoção de LC/NC cresce em todo o mundo, a tecnologia está pronta para remodelar a dinâmica da força de trabalho, especialmente em regiões com economias digitais emergentes. A ascensão dessas plataformas, combinada com os recursos de IA generativa, está transformando a maneira como o software é criado, permitindo que mais pessoas contribuam para o processo de desenvolvimento.
Essa mudança não apenas estimula a inovação, mas também exige que as organizações implementem fortes estruturas de governança para mitigar riscos e garantir a qualidade.
Marcos Pinotti, diretor de engajamento da Kron Digital.