Para as empresas pequenas e médias, tudo relacionado a TI é caro; comprar um servidor é sempre uma briga, equipamentos de rede são sempre desnecessários, até porque ninguém sabe muito bem para que servem. Apresentar, em uma reunião de diretoria, principalmente se a empresa for familiar, que é necessário investir em gerenciamento do ambiente tecnológico, pode, em alguns casos, ser sinônimo de demissão.
O resultado desta displicência com o ambiente tecnológico é encontrar sistemas com aplicações desatualizadas, hardwares com final de vida já decretado há tempos e funcionários desmotivados e, na maioria das vezes, despreparados.
As corporações crescem, os lucros aumentam e a necessidade e dependência do ambiente de tecnologia é cada dia maior. A preocupação em ter um sistema fora do ar é inversamente proporcional à preocupação em investir para que o ambiente não fique indisponível.
O cenário para o caos está desenhado e ele com certeza acontecerá. Quem pensa que é possível preveni-lo, acredite, é impossível. E, como resposta, ainda ouvirá: "estamos assim há tantos anos e nunca aconteceu nada, por que agora vai acontecer?".
E aí o inevitável acontece: um servidor para de funcionar porque o disco rígido apresentou defeito e não está mais acessível. Em poucos minutos a empresa está parada e a confusão instalada. Todos os telefones tocam, as pessoas, desesperadas, se perguntam quando tudo voltará a funcionar e a resposta não vem.
Descobre-se que o servidor não pode ser recuperado, que o disco está inacessível e o: pior que o restore não funciona. Muito dinheiro começa a ser perdido; informações fundamentais para novas vendas, entregas, e tantas outras coisas fundamentais para o funcionamento da empresa desaparecem e ninguém consegue responder como fazer o mundo voltar ao normal.
Noites e noites de sono serão perdidas, dinheiro sem planejamento será gasto e muito trabalho para colocar tudo para funcionar será feito e o pior de tudo, ira demorar muito tempo para a vida voltar ao normal.
Por mais que pareça uma apologia à desgraça, trata-se apenas da descrição de situações que acontecem quase que diariamente em muitas empresas pequenas e médias que continuam a "achar" que investir em TI e em Gerenciamento de ambiente é preciosismo do pessoal de TI. Será?
Alberto Parada, co-fundador do Descomplicado Carreiras (Sistema de orientação de carreira), Colunista e Palestrante especializado em carreiras, atua há mais de 25 anos como executivo no mercado de tecnologia em empresas como: Sênior, IBM, Capgemini, Fidelity, Banespa, e mais de 12 anos como Professor Universitário no Lassu-USP FAAP e FIAP. Formação em administração de empresas e análise de sistemas, com especialização em gerenciamento de projetos e mestrando em Gestão de Negócios pela FIA, voluntário no HEFC hospital de retaguarda para portadores de Câncer.