Otimizar os sistemas para evitar que dificuldades na transação levem o consumidor a desistir de uma compra online mesmo depois de ter entrado no fluxo de pagamentos e ajustá-los para diminuir a ocorrência de falsas recusas de pagamento são duas das principais tendências do mercado de meios de pagamento, mapeados em pesquisa da Nuvei, fintech canadense atuante nesse setor.
O relatório encontrou outras três tendências que devem ser acompanhadas pelas empresas de e-commerce que quiserem melhorar seus negócios em termos de pagamentos, fidelizando os clientes e reduzindo custos com perdas evitáveis.
5 Tendências de Meios de Pagamentos
Quando compra pela internet, o consumidor busca preço e praticidade, mas também quer que seja fácil e eficaz a experiência de pagamento. Esse é um ponto de atenção, já que o estudo mostrou que 70% das desistências em compras online acontecem depois que o cliente já entrou no fluxo de pagamentos. Isso significa que, se o consumidor não efetivar a compra por problemas dessa natureza, a empresa perdeu todo o esforço de atração e retenção desse cliente.
O problema, segundo a fintech, pode ser contornado por meio da otimização do sistema de pagamentos, tendência capaz de recuperar, segundo o estudo da Nuvei, US$ 260 bilhões em vendas que são perdidas todos os anos em decorrência desse tipo de gargalo.
A otimização ainda permite que se evitem as chamadas falsas recusas, que ocorrem quando a operadora do cartão desautoriza incorretamente um pagamento. As perdas associadas a esse tipo de problema somam U$ 443 bilhões. Especialista em otimização de sistemas de pagamento, a Nuvei recomenda que as partes trabalhem em conjunto para identificarem as causas das falhas nos pagamentos e oferecerem dados em tempo real para aumentar as taxas de autorização.
Outra tendência relevante é apostar em um conhecimento profundo das preferências de pagamento locais — ou seja, é recomendável que as empresas de meios de pagamento saibam em detalhes as características preferidas pelos consumidores de cada país, já que isso pode influenciar significativamente as taxas de conversão. Identificadas essas preferências, os sistemas precisam ser ajustados localmente para oferecer a opção que melhor se adapta àquele público específico. Entre elas, o "compre agora e pague depois" (BNPL, na sigla em inglês), as transferências bancárias instantâneas (como o pix brasileiro) e o voucher de vale-compras.
De acordo com a pesquisa, também não é possível deixar de acompanhar a evolução das compras feitas por dispositivos móveis, que no ano passado já representaram 60% do e-commerce global, ou US$ 2,2 trilhões. As compras nesses dispositivos representam uma das pontas do varejo multicanal, tão apreciado por consumidores interessados em uma experiência confortável de compra e que se combina com carteiras digitais e aplicativos de pagamento. É essencial que o sistema de pagamentos via celular esteja otimizado, oferecendo recursos como check-out com um clique, integrações com a wallet e recomendações personalizadas.
O estudo da Nuvei também identificou como tendência em meios de pagamento para 2024 a emissão de cartões white label: esse mercado deve saltar de US$ 500 milhões em 2023 para US$ 1,3 bilhão em 2027. O white label fideliza o cliente e incentiva gastos mais elevados com a oferta de opções de pagamentos flexíveis. Substituir pagamentos via boletos, por exemplo, por cartões virtuais emitidos na hora permite que as empresas de e-commerce melhorem seu fluxo de caixa, utilizando as receitas das vendas para pagamentos a fornecedores ou funcionários.
Por fim, é tendência para o e-commerce o avanço dos pagamentos de conta a conta (A2A), com crescimento estimado de 13% até 2026, quando deve atingir US$ 850 bilhões globalmente. É uma enorme oportunidade para os mercados, principalmente por causa da intensa aceitação desse tipo de meio de pagamento. Um exemplo é o pix no Brasil, mas sistemas A2A já fazem sucesso em países como Holanda, Polônia, Índia, Malásia e Tailândia, onde também já são a principal forma de pagamento virtual. Mesmo nos Estados Unidos, país em que a adesão é mais lenta, a previsão é de que o A2A tenha um salto neste ano, principalmente com o lançamento do sistema de transferência instantânea FedNow e com a nova lei de concorrência dos cartões de crédito.