Depois de ter a produção paralisada em maio passado por causa de uma explosão em uma de suas unidades, que matou duas pessoas e feriu outras 16, a fabricante chinesa de eletrônicos Foxconn enfrenta agora mais uma morte de funcionário em suas dependências. Ao que tudo indica, desta vez, não se trata de suicído – como ocorreu durante a onda de ruína que varreu a empresa no ano passado -, mas da morte de um empregado após cair de um edifício na fábrica em Shenzen, informou um jornal local.
O jovem, de 21 anos, trabalhava na Foxconn desde o dia 27 de junho e, segundo a empresa, ainda estava em treinamento no departamento de pesquisas. Apesar de configurar-se como um acidente, o caso volta a chamar a atenção para a precariedade das condições de trabalho na empresa. Desde 2009, 11 empregados da Foxconn cometeram suicídio na China, alguns deles se jogando de prédios nas unidades industriais.
A fabricante tem sido acusada de obrigar os empregados a cumprirem jornadas de trabalho extenuantes. Na época dos suicídios, o presidente da empresa, Terry Gou, justificou que as más condições de trabalho eram por causa da alta demanda das empresas para as quais a Foxconn presta serviços – ela produz equipamentos eletrônicos para a Dell, Sony, Apple e outras empresas de tecnologia. No Brasil, será responsável pela fabricação do iPad, da Apple.
Desta vez, quem se pronunciou foi o vice-presidente da Foxconn, Terry Chen. Ele afirmou que o episódio não pode ser relacionado às más condições de trabalho, pois o empregado não atuava na linha de produção. De acordo com Chen, o jovem fez apenas duas horas extras nos últimos 20 dias de trabalho e, na hora do acidente, "provavelmente estava embriagado" porque havia saído com cerca de 30 colegas para um jantar.
O primo do empregado confirmou a informação em depoimento à polícia, mas sublinhou que, após o evento, ele estava consciente e chegou a carregar um amigo até o carro.
Após ser divulgada no site do jornal Shenzhen Economic Daily, a notícia foi retirada do ar.
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