Incubadoras de empresas geram mais de 53 mil empregos diretos no Brasil

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O segmento de incubadoras de empresas no Brasil gera 53.280 empregos diretos e qualificados. Segundo o "Estudo de Impacto Econômico Segmento de Incubadoras de Empresas do Brasil", da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o faturamento das empresas apoiadas por incubadoras ultrapassa os R$ 15 bilhões. Em tempos de crise econômica, em que o desemprego atinge 11 milhões de brasileiros, empresas geradas em ambientes de inovação se mostram uma ferramenta essencial para ajudar o país a reverter esse quadro.

O estudo, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta ainda que empresas incubadas ou que passaram pelo processo de incubação, chamadas graduadas, geram, indiretamente, 373.847 empregos, uma renda de mais de R$ 13 bilhões e R$ 24 bilhões em produção.

De acordo com o levantamento, o aporte de capital e a participação em programas de incubação podem alterar, de forma positiva, o tempo de maturação de um negócio e sua curva de crescimento, incentivando o desenvolvimento de novos negócios, que se transformarão em empresas de crescimento acelerado.  "As incubadoras do Brasil têm buscado se desenvolver para atender melhor as empresas de potencial tecnológico. Também é nosso desafio integrar novos mecanismos e ambientes, como co-working e aceleradoras, para abrir oportunidades para o desenvolvimento de empresas de alto impacto", afirma o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

Perfil das empresas

Empreendimentos apoiados por incubadoras possuem características diferenciadas, tais como uso de tecnologias em seus negócios, desenvolvimento de inovações, escalabilidade e potencial para receber aporte de capital. Para o presidente da Anprotec, Jorge Audy, o estudo confirma o potencial que os ecossistemas de inovação e os mecanismos de geração de empreendimentos possuem para contribuir com o desenvolvimento do país no contexto da Sociedade do Conhecimento. "Analisando somente os impactos do segmento das incubadoras de empresas, podemos ver a positiva dinâmica econômica e social gerada. Se o governo e a sociedade, de forma alinhada com as universidades e as empresas, entenderem o papel da inovação e do empreendedorismo no crescimento econômico e social, poderemos construir um novo país, mais moderno e com mais qualidade de vida", destaca.

Ele explica que uma nova estratégia de desenvolvimento, utilizando ecossistemas de inovação, como parques tecnológicos e cidades inteligentes, e mecanismos de geração de empreendimentos, como as incubadoras e aceleradoras de empresas, permitirá o avanço para uma sociedade e uma economia do século XXI. "Os resultados do segmento das incubadoras apontados no estudo indicam que um novo horizonte está se abrindo para uma também nova geração de empreendedores, de modo que a inovação se torna o principal diferencial competitivo em um mundo cada vez mais desafiador e repleto de oportunidades", conclui Audy.

Desenvolvimento local

Entre os destaques do estudo está o papel do segmento de incubadoras da empresa no desenvolvimento local sustentável. Ao apoiarem a criação de empreendimentos inovadores, essas instituições contribuem de forma efetiva para a geração de emprego e renda nos mercados onde estão inseridas.

Exemplo de incubadoras que desafiam a crise e seguem gerando empresas de sucesso estão espalhados por todo o país. Em Florianópolis (SC), o Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta), associado à Anprotec, emprega diretamente 800 pessoas. Outros 45 mil empregos são gerados pelas 28 empresas incubadas e 93 graduadas pela incubadora.

Nos últimos dois anos, em meio à crise econômica, o Celta graduou cerca de 15 empresas, que ingressaram no mercado com faturamento próximo a R$ 1 bilhão . "É preciso ter cuidado com a crise, sim. Principalmente empresas que empreendem em áreas em baixa neste momento, como, por exemplo, o sector de petróleo e gás. Ainda assim, elas têm grandes chances. A crise existe para quem não inova. Quem inova desvia dela e consegue crescer ainda mais nesse período", avalia o diretor do Celta, Tony Chierighini.

Em Santa Rita do Sapucaí, no interior de Minas Gerais, outro caso de impulso à economia local a partir do empreendedorismo inovador. Fundado em 1965, o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), tem incubadora em sua estrutura desde o início de suas atividades. Hoje, essa incubadora contabiliza sete empresas incubadas e 55 graduadas. Juntas elas faturam R$ 250 milhões por ano e geram 1,5 mil empregos,  entre diretos e indiretos.

Segundo o coordenador-geral do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação da Incubadora de Empresas do Inatel, Rogério Abranches da Silva, são justamente das empresas nascentes que surgem as inovações. "Elas conseguem ter uma situação melhor para arriscar", diz. Para ele, o investimento nessas empresas é essencial para reverter o cenário econômico atual. "No Brasil, é fato que o projeto de incubadoras deu certo. O resultado de se apoiar empresas nascentes e inovadoras vem muito rápido. Nesse momento de crise ter resultados rápidos é muito importante ", conclui.

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