Cada vez mais a fantasia sobre a facilidade de ser dono do seu próprio negócio como facilidade e garantia de lucro está desmistificada para os jovens desta geração: 44% deles não acreditam que o empreendedorismo seja a melhor forma de ganhar dinheiro.
Entre eles, 55% acreditam que empreender é conseguir colocar em prática os seus sonhos e 64% concordam que empreendedorismo é mais que ter um negócio, é ter atitude, iniciativa e criatividade. Isso é o que mostra a recém-lançada edição especial de empreendedorismo da pesquisa Juventude Conectada, realizada pela Fundação Telefônica Vivo, em parceria com IBOPE Inteligência e Rede Conhecimento Social.
A pesquisa ouviu 400 jovens entre 15 e 29 anos das classes A, B e C, de todas as regiões do país, em pesquisa qualitativa, além de especialistas e jovens empreendedores, expondo para a sociedade o contexto do tema de empreendedorismo.
Os resultados mostraram que, em geral, o jovem acredita que empreender está associado à realização de propósito e sonhos, contrapondo o retorno financeiro como premissa. Dentro deste cenário é possível perceber uma juventude mais consciente sobre o caminho a ser percorrido para idealização e construção de um negócio. Para os jovens, a inovação também não é essencial, mas parte de uma atitude empreendedora com originalidade.
A pesquisa ainda trouxe a consciência do jovem de que empreendedor é diferente de empresário. Uma pessoa pode ser as duas coisas ou só uma delas e isso não o invalida. "Um funcionário de uma empresa pode encontrar soluções para algum problema. Ao se dispor a tornar aquilo um objetivo a ser realizado pode estar empreendendo" foi uma afirmação unânime nas discussões do workshop da pesquisa.
Do total de jovens entrevistados, 56% se consideram empreendedores. Entre eles, 70% preferem ter um negócio próprio desafiando-se a criar produtos e serviços, e 30% preferem ser empregados de uma empresa, associando o conceito de empreender ao contexto empresarial partindo de uma atitude empreendedora que agrega aos negócios. 60% dos jovens acreditam que empreender não é só fazer dinheiro, mas inovar e transformar ao seu redor, seja com seu negócio ou dentro de empresas.
Neste contexto, o conceito de sucesso para os jovens tem cruzamento pessoal e financeiro. 60% deles acreditam que sucesso é ter um negócio de impacto com benefícios pessoais e para sociedade e 56% dos jovens entrevistados acreditam que sucesso é ter um bom lucro.
Outro dado relevante da pesquisa é sobre os desafios que o jovem enfrenta ao empreender. 56% dos entrevistados discordam que o jovem tem menos medo de empreender porque tem menos responsabilidade. O contexto social neste quesito tem grande impacto sobre as possibilidades de se empreender.
Diferente das classes AB, em que 4 em cada 10 jovens preferem ser empregados ou funcionários de uma empresa, a juventude da classe C prefere ter o seu próprio negócio a trabalhar em ambiente corporativo. São 8 em cada 10 pensando dessa forma, por acreditar que assim, serão protagonistas de suas vidas.
Esse aspecto está associado ao contexto social, que os tornam mais criativos e corajosos justamente pelas dificuldades de sua condição econômica e social. Esses jovens tendem a ser mais objetivos no que buscam, procurando algo mais concreto, acreditando que, assim, podem evitar incertezas do mercado de trabalho.
Na classe C, 57% dos jovens se consideram empreendedores. Destes, 78% preferem ter o negócio próprio e 22% preferem ser empregados de uma empresa.