Câmara pode votar informatização do processo judicial

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A tramitação do projeto de lei que informatiza os processos judiciais pode ser concluída na Câmara dos Deputados após as eleições. A proposta, sugerida pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e acolhida pela Comissão de Legislação Participativa em 2001, foi aprovada pela Câmara em junho de 2002. Em dezembro do ano passado, o Senado aprovou um substitutivo ao texto.

O projeto faculta aos órgãos do Poder Judiciário informatizarem integralmente o processo judicial para torná-lo acessível pela internet. De acordo com a versão final do texto que irá a plenário, as partes em um processo judicial ou seus advogados poderão enviar ao juiz competente peças judiciais em geral, como petições, por e-mails, por exemplo.

O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), atual relator do projeto na Câmara, deu parecer favorável ao substitutivo do Senado, que "adaptou o texto às necessidades atuais, corrigindo a defasagem resultante da demora do trâmite legislativo e tornando o projeto compatível com as novas tecnologias disponíveis desenvolvidas desde a elaboração da versão original".

Além das atualizações, o Senado incluiu na proposta algumas inovações, como o Diário da Justiça on-line e o processo virtual, nos moldes do existente nos tribunais regionais federais e outros. A versão revisada, agora ratificada pela CCJ, traz alterações nos procedimentos de citação e intimação para aumentar a certeza de que o destinatário será efetivamente comunicado. Além disso, há alguns novos ajustes ao Código de Processo Civil para compatibilizá-lo com as inovações. As alterações sugeridas ao texto do Senado pelo deputado José Eduardo Cardozo e aprovadas na CCJ se limitam a melhorar a redação de alguns de seus dispositivos.

Em caso de correspondência por e-mail, será exigido o uso de assinatura eletrônica certificada pela ICP Brasil. Alternativamente, o próprio tribunal poderá certificar a autenticidade da assinatura por meio de um cadastro prévio e com o uso de senha pessoal. O projeto faculta a criação de um cadastro dessa natureza unificado no âmbito de todo o Poder Judiciário. Uma grande vantagem para as partes será a extensão do prazo para envio de peças até a meia-noite. Hoje, o prazo expira no final do expediente do fórum ou tribunal, geralmente às 19 horas. Caso haja problema técnico que impeça ao interessado acessar o sistema, o prazo será prorrogado até o primeiro dia útil seguinte à correção da falha.

Pelo projeto, os atos judiciais, como as sentenças, por exemplo, que hoje são publicadas normalmente em órgãos oficiais, como o Diário da Justiça, poderão ser publicados em versão eletrônica, com a criação do Diário da Justiça on-line, a ser hospedada na internet. O prazo para a prática de atos decorrentes das decisões públicas, como os recursos, começará a ser contado no dia seguinte ao da publicação. O conteúdo do site e as assinaturas que contiver deverão ser certificados pela ICP Brasil.

Os mesmos atos também poderão ser comunicados diretamente aos interessados por meio de e-mail ou outro tipo de mensagem eletrônica, dispensando-se a publicação, desde que estes estejam devidamente cadastrados com essa finalidade. Nesse caso, a comunicação será considerada realizada no momento em que o interessado acessar os dados eletrônicos e valerá inclusive para a Fazenda Pública, a quem a lei em vigor determina que as citações e intimações sejam pessoais e não apenas por órgão oficial.

Com informações da Agência Câmara.

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