Claro admite compartilhar infra-estrutura com Vivo

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Apesar de adotar uma postura agressiva em relação às ações de mercado e lutar pela liderança das vendas, a partir do terceiro lugar, a Claro poderá compartilhar sua infra-estrutura GSM com a Vivo, líder da telefonia móvel, ainda neste ano.

A hipótese foi admitida pelo presidente da Claro, João Cox, para o caso de a concorrente não conseguir terminar o overlay GSM até novembro para aproveitar as vendas de Natal.

O presidente da Vivo, Roberto Lima, mostrou-se receptivo ao comentário. Declarou que a Vivo está sempre aberta a parcerias e que tem alguns contatos de compartilhamento de torres com algumas operadoras.

Cox considera normal o compartilhamento, que já ocorre hoje com outras empresas – apesar de que o compartilhamento ocorre nas torres e antenas, e não propriamente na rede.

Entretanto, não deixou de alfinetar a rival: "Nunca questionamos a tecnologia GSM. Então, ficamos contentes que eles tenham reconhecido que é a melhor." Referia-se ao fato de a Vivo ter decidido investir na rede GSM após construir uma base com 28,7 milhões de clientes CDMA. O executivo se considera numa posição confortável devido ao poder de compra do seu grupo controlador, América Móvil. "Temos melhor poder de compra que as demais (empresas), porque dos players daqui, nosso grupo é o maior. É difícil terem a mesma vantagem competitiva que nós em preço de aparelho."

No cargo desde o início de agosto, Cox garante que conquistará a liderança de mercado pelo crescimento orgânico, mesmo sem aquisições. Pelo seu raciocínio, a Claro ocupa o terceiro lugar no ranking, mas não participa da região Norte. Portanto, se excluir esta região, por equalização de área, empata com a TIM na segunda colocação.

Mas negou que tenha saído da presidência da Telemig Celular/Amazônia Celular para assumir a Claro com o objetivo de adquirir a empresa de Minas. Disse que seria ridículo usar esta estratégia numa empresa de 21 milhões de clientes (Claro) para adquirir outra de 3 milhões de usuários (Telemig).

Se de fato a operadora mineira passasse para o grupo América Móvel, engordaria a carteira que tem hoje 30 milhões de clientes em mais seis países da região, além do Brasil, e que usam a marca Claro. A marca está sendo exportada para outros países da América Central e América do Sul.

Sobreposição de licenças

Cox foi taxativo em relação a medidas que devem ser tomadas quanto à sobreposição de licenças da Brasil Telecom e TIM, devido à participação cruzada do acionista Telecom Italia: "Cumpra-se a lei. As regras têm de ser claras e praticadas", argumentou, referindo-se ao prazo final de 29 de outubro e à solução que terá que ser encontrada pela agência para resolver o impasse. De que modo a Anatel fará isto, é uma decisão executiva, continuou, questionando: "O fato é que a Claro foi proibida de operar em Minas devido à sobreposição de licenças. Por que outros podem?"

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