Rádio digital deve abrir novo mercado para setor de software, avalia especialista

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Em audiência nesta quinta-feira (20/9), na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado, o consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, afirmou que o principal objetivo da implantação do sistema de rádio digital é promover a democratização do rádio no Brasil. Segundo ele, o novo sistema pode aumentar o número de emissoras de rádio disponíveis no país.

Bechara fez a afirmação ao responder a questionamento do senador Augusto Botelho (PT-RR). O senador mostrou preocupação com o preço alto da tecnologia ? um receptor deverá custar em torno de R$ 300, sendo que um rádio analógico pode hoje ser comprado por R$ 5. Botelho reconheceu, no entanto, que esse valor deverá baixar com o tempo, como é tendência com equipamentos eletrônicos.

Durante sua exposição na audiência, Bechara disse que o rádio digital é "a última fronteira da digitalização na comunicação", uma vez que a televisão digital já está em testes em São Paulo. ?Estamos no momento de tomar uma decisão para que rádios difusores brasileiros possam ingressar o mais rápido possível na era da digitalização.?

O diretor-técnico da Semp Toshiba, Roberto Barbieri, presente à audiência, destacou o interesse da indústria de eletrônicos nessa inovação do mercado de áudio, que "há muito tempo não tinha novidades significativas". Afirmou que, com o tempo, os preços dos aparelhos devem cair, mas que, a princípio, os valores serão mesmo altos: cerca de R$ 300 para receptores e custo de até R$ 100 mil para transmissores. Por esse motivo, ele acredita que o maior potencial de mercado para o rádio digital, num primeiro momento, serão os grandes centros urbanos. ?O que encarece os aparelhos são os royalties pagos ao detentor da patente. Se não fosse isso, conseguiríamos colocar um gerador digital no mercado por cerca de R$ 10 mil?, afirmou.

O diretor industrial da fabricante de equipamentos para emissoras de rádio MTA Eletrônica Industrial, João Eduardo Ferreira da Silva, disse que o alto custo dos receptores inviabiliza o acesso ao produto pelas camadas mais pobres da sociedade e também que a inexistência de rádios digitais portáteis tira uma grande vantagem do veículo. Na opinião dele, ainda não é o momento de a MTA investir alto em royalties para essa nova tecnologia, ?que ainda precisa ser totalmente testada no Brasil".

Já o diretor da Quality Software, David Britto, mostrou-se otimista em relação ao novo mercado, destacando que os aparelhos digitais precisam de softwares para funcionar, o que abre um novo mercado para os fabricantes de programas de informática. Ele destacou que, com a tecnologia digital, os aparelhos de rádio poderão exibir ao ouvinte os nomes das músicas e dos artistas, além de informações adicionais, como dados sobre o trânsito e mapas.

O chefe do Departamento de Telecomunicações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Alan Adolfo Fischler, destacou que a implantação do rádio digital redundará na necessidade de investimentos em todo o país e que o mercado financeiro terá que oferecer soluções para as empresas. ?Será preciso financiar não apenas as grandes, mas também as pequenas rádios transmissoras?, disse, explicando que a idéia é privilegiar as indústrias nacionais, possibilitando financiamento para o modelo como um todo.

Com informações da Agência Senado.

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