A realidade do cloud computing

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O mundo da tecnologia não pára de inovar e quase que diariamente novos conceitos aparecem, assim como outras formas de oferecer serviços para um mercado supercompetitivo. Seguindo essa linha, no começo do ano passado surgiu nos Estados Unidos o conceito de cloud computing, vindo de outras novidades como web 2.0, blogs e Wikipédia, impulsionados pela crescente demanda por e-business. Atualmente, a computação em nuvem tornou-se o assunto-chave nas conversas dos principais CIOs e executivos das grandes empresas de tecnologia no Brasil e no mundo.

Embora muito esteja se falando sobre o assunto, o conhecimento mostra-se ainda superficial e o primeiro ponto questionado passa a ser: o que realmente é cloud computing? Para responder, basicamente podemos dizer: uma mistura de virtualização de recursos computacionais (servidores e equipamentos de armazenamento de dados), alinhado ao software como serviço (SaaS – Software as a Service), passando por outros conceitos em discussão há tempos como arquitetura orientada a serviços (SOA – Service Oriented Architecture), clusters, utility e grid computing (computação em grade), aplicações web enabled, wiki, e BPM (Business Process Management).

Diria até que, sem dúvida, estamos nos deparando com o futuro da tecnologia e da infra-estrutura. Para entender melhor esse movimento e a mudança na maneira como lidamos com a informação, em um nível mais básico, esse conceito equivale à evolução da eletricidade: no passado, as empresas encontraram formas menos dispendiosas para obter energia elétrica, comprando de fornecedores e não investindo na geração própria de eletricidade.

Claro, ouviremos céticos dizerem que por cultura, a adoção desse conceito será mais demorada no Brasil e que as empresas ainda cultivam o medo de ficar longe das suas informações e de seus equipamentos. Outros dirão que apenas as pequenas e médias empresas usarão soluções desse tipo e que as grandes corporações não arriscarão seus negócios. Posso concordar que talvez não seja um movimento totalmente dinâmico, mas sem dúvida, o cloud computing está se tornando uma realidade e veio para ficar. Arrisco ainda a dizer que, entre doze e dezoito meses, estará totalmente difundido no Brasil.

E comento isso porque os benefícios desse conceito são inúmeros, entre eles menor custo, já que o serviço, oferecido sob demanda, atende as necessidades dos clientes e traz economias em manutenção, consumo de espaço físico, de energia, entre outras vantagens. Para exemplificar, uma companhia pode economizar entre 30% e 40% com a utilização de SaaS e, aqui, as pequenas e médias empresas (PMEs) saem ganhando, já que para esse setor, o cloud computing significa a oportunidade de acesso ao processamento de dados, já que anteriormente essa tecnologia estava restrita às grandes corporações.

De acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey, as PMEs devem gastar 26% do orçamento de TI em compras de SaaS. Destaco também a otimização, com alocação de mais serviços ao virtual e foco no core business, já que a empresa não precisa se preocupar com a infra-estrutura, nem com atualizações e licenças de softwares. Nesse modelo podem ser utilizadas as mais diversas aplicações como colaboração, CRM (Customer Relationship Management), ERP (Enterprise Resource Planning), telefonia IP, virtualização de desktops, distribuição de conteúdo e outros.

No Brasil, as mídias especializadas começam a contar os casos de sucesso locais que utilizam o conceito de cloud computing. No exterior, os mais comentados são a Salesforce.com, o Google e, por incrível que pareça, a Amazon, com o lançamento de dois serviços abertos ao público, que permite que os desenvolvedores criem um ambiente virtual e requisitem o número de recursos virtuais necessários por meio da aplicação EC2 (Elastic Computing) e do serviço S3 (Simple Storage Service), com a utilização de máquinas virtuais completas.

O cloud computing apresenta-se como a evolução de conceitos básicos e sólidos, mas está muito à frente do que conseguimos visualizar neste primeiro passo, em breve essa nuvem provará que pode ir além da virtualização e do software e, então, entenderemos seu valor e suas formas de potencializar o conceito. Além disso, diversos modelos de negócios surgirão dessa iniciativa, não só nas empresas, como também para o usuário comum.

Este é um novo mundo, sem limites e fronteiras, onde as mais diversas formas de integração serão realizadas, sempre pela nuvem também conhecida como internet.

*Marco Américo Deneszczuk Antonio é vice-presidente executivo de data center da Diveo do Brasil.

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