Storytime, plataforma está reinventando como contar histórias com uso de IA

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No contexto atual em que pais e mães enfrentam cada vez mais dificuldades para manter o interesse e o engajamento das crianças em atividades fora das telas, a hora da leitura, que antes estimulava a criatividade e imaginação, foi perdendo espaço. Para resolver esse desafio, a startup Storytime utiliza inteligência artificial (IA) para ajudar pais a criarem histórias personalizadas e cativantes para seus filhos. A plataforma promete transformar o cotidiano em momentos únicos de narração de histórias, sem a dependência de dispositivos eletrônicos.

Luis Alegria, fundador e CEO da Storytime, já atuou como diretor na Rappi e Chief Product Officer na Evino, além de ser um empreendedor serial, diz que ao observar a crescente demanda por soluções que equilibrem entretenimento e aprendizado ele identificou o potencial de uma plataforma de histórias personalizadas geradas por IA.

"Eu cresci com dislexia, então minha experiência com leitura foi sempre desafiadora", conta Alegria. "A leitura para mim era difícil, mas aprendi muito por meio de audiobooks e mentores. Pensando nos pais de hoje, que têm menos tempo para ler com seus filhos, decidi criar o Storytime para ajudar a reviver esses momentos de maneira moderna e acessível".

A IA da Storytime permite que pais criem histórias que se ajustam aos interesses e à personalidade de cada criança. Seja uma narrativa sobre um dia de aventuras na escola ou uma jornada fantástica em um castelo mágico, as histórias são construídas em tempo real, com opções de personalização que incluem personagens, cenários e até mesmo temas educativos. Além disso, os pais podem escolher vozes narrativas, com a possibilidade futura de clonar sua própria voz para uma experiência ainda mais próxima e íntima.

O grande diferencial da Storytime, segundo Alegria, é a inclusão. A plataforma se destaca por permitir a criação de histórias que refletem a diversidade cultural e racial, algo ainda pouco explorado no mercado de livros infantis. "Hoje, apenas 13% dos livros infantis incluem personagens de outras raças ou etnias. Com a Storytime, queremos mudar isso e garantir que crianças de todas as origens se vejam representadas nas histórias", destaca o CEO.

Para além do entretenimento, Alegria reforça o compromisso da startup com a educação. "Estamos trabalhando com pedagogos e especialistas em educação infantil para garantir que as histórias sejam adequadas para crianças de diferentes idades, ajudando a expandir o vocabulário e a estimular a criatividade".

A Storytime está disponível para download em dispositivos iOS e Android, e a empresa já mira a expansão para outros países de língua espanhola. O aplicativo foi lançado inicialmente em quatro idiomas – português, espanhol, inglês e alemão – e o plano é adicionar mais idiomas e recursos, como a gravação de voz diretamente pelo app.

Apesar de ser um mercado emergente, o potencial para histórias personalizadas geradas por IA é enorme. De acordo com Alegria, o setor já é avaliado em US$ 500 milhões globalmente, e o mercado de audiolivros, que cresceu exponencialmente nos últimos anos, deve aumentar de US$ 8,26 bilhões em 2023 para US$ 63,29 bilhões até 2032. "Estamos na vanguarda de uma nova categoria de entretenimento familiar", afirma Alegria, "e nossa missão é tornar o momento de contar histórias uma parte integral do desenvolvimento infantil".

Ainda que em fase inicial, com cerca de 120 beta testers, Alegria revela que a meta é atingir 100 mil downloads até o final do ano. "Estamos testando diferentes modelos de precificação, mas a ideia principal é que seja por assinatura, oferecendo um serviço contínuo e com novas histórias sendo geradas regularmente", explica.

Além disso, ele compartilhou que a equipe da Storytime é enxuta, composta por um desenvolvedor, um designer e ele próprio. No entanto, a startup conta com consultoria de autores infantis e pedagogos para garantir a qualidade das histórias. "Nosso foco é criar uma experiência que seja envolvente, educativa e segura para as crianças", conclui.

O futuro parece promissor para a plataforma, que já vislumbra novos recursos, como integração com alto-falantes inteligentes e até mesmo a possibilidade de os pais compartilharem suas histórias com outras famílias, criando um verdadeiro "Spotify de histórias".

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