O projeto MPS.BR (Melhoria de Processo do Software Brasileiro), coordenado pela Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro), superou em 20% as metas estabelecidas para 2006 pela entidade junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Finep, apóia financeiramente a iniciativa.
Neste ano, cem empresas aderiram ao modelo, número que era projetado pela Softex para ser alcançado apenas no fim de 2007. Dessas companhias, 20 já foram certificadas. ?A adoção do modelo MPS está crescendo no Brasil e sua aceitação pelo mercado já se dá em igualdade de condições com modelos equivalentes?, avalia Eratóstenes Araújo, coordenador de capacitação da Softex, lembrando que, recentemente, uma licitação da Caixa Econômica incluiu o MPS.BR entre as qualificações que receberão pontuação nas propostas dos fornecedores.
Para o executivo, um dos principais benefícios do MPS.BR é que ele envolve empresas de todas as regiões do país, e não apenas as localizadas no tradicional eixo São Paulo-Rio. "As empresas que desenvolvem software no país identificam a importância e os benefícios que a adoção do MPS.BR pode trazer, como o aumento da competitividade e da visibilidade da companhia. E não só as pequena e médias empresas, mas também as de grande porte, como a Politec e a DBA?, destaca Araújo.
O MPS.BR é uma iniciativa brasileira que visa promover a melhoria da qualidade da produtividade de soluções e serviços de software de acordo com os padrões de qualidade aceitos internacionalmente, mas a custos acessíveis às empresas nacionais, principalmente as de pequeno e médio portes. Ele segue modelos e normas internacionais: é compatível com o CMMI, está em conformidade com as normas ISO/IEC 12207 e 15504, além de ser adequado à realidade brasileira.
Heraclis Nicolaidis Jr., diretor de tecnologia da Politec, pioneira na conquista do mais alto nível de maturidade do MPS.BR, disse estar confiante de que o modelo brasileiro para a melhora de processos de software propiciará um melhor posicionamento do país no competitivo mercado mundial de TI. Já na visão de Ismar Kaufman, um dos diretores da pernambucana In Forma, primeira empresa a obter uma avaliação oficial MPS.BR, a escolha reflete a importância do trabalho que entidades como a Softex, o CESAR e o Porto Digital vêm realizando.
Meyer Elias Nigri, diretor da carioca Merlin, identifica diversos fatores que tornam importante a certificação MPS.BR, entre os quais a união da empresa em torno deste objetivo, o rigor do processo de avaliação, que valoriza a conquista, e o amadurecimento da empresa durante este período.
Atualmente, o MPS.BR conta com duas instituições avaliadoras (COPPE/UFRJ e a SWQuality Consultoria e Sistemas), 15 instituições implementadoras, além de 200 consultores independentes capacitados. ?Nossas metas para 2007 incluem chegar ao fim do ano com 80 empresas certificadas, atrair um número ainda maior de companhias para o projeto e sensibilizar entidades que apóiam a melhoria de software de forma a ampliar os recursos disponíveis, minimizando os custos de acesso?, conclui Araújo.