Compra de licença pela Vivo poderá elevar arrecadação de leilão 3G para R$ 6 bi

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A arrecadação com o leilão das freqüências para a telefonia celular de terceira geração (3G) poderá aumentar em R$ 600 milhões caso a operadora Vivo se interesse em migrar da banda que utiliza atualmente para a tecnologia 3G. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (20/12) pelo presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, após o encerramento da licitação dos 36 lotes em disputa. O governo arrecadou cerca de R$ 5,3 bilhões com o leilão das licenças, que, somados, tinham valor mínimo de aproximadamente R$ 2,8 bilhões. Se a Vivo decidir migrar, o valor obtido aumentará para quase R$ 6 bilhões.

Atualmente, a Vivo opera na banda L, com freqüência próxima aos 15 MHz arrematados pela empresa na banda J, faixa usada pela tecnologia 3G. A companhia teria apenas de comprar a licença relativa ao Amazonas na banda L, que está em posse de outra concorrente, para passar a ter duas faixas.

Segundo o superintendente de Serviços Privados da Anatel, Jarbas Valente, a operadora pode decidir a compra da licença livremente e dobrar a capacidade de trabalho. "Tecnicamente isso é viável porque a Vivo trabalha na banda atual em freqüência próxima aos 15 MHz arrematados pela empresa na banda J", explicou.

Sardenberg informou ainda que a licitação das freqüências extras para a tecnologia 3G ocorrerá até meados de 2008. Ele afirmou que a entrada de mais operadoras será um fator positivo para reduzir os preços das tarifas dos celulares.

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que previa uma arrecadação em torno de R$ 4 bilhões com o leilão das bandas de 3G e que ficou surpreso com o ágio pago , que ficou na média de 86% sobre os preços mínimos propostos pela Anatel. Para o ministro, os preços do uso do telefone celular deverão cair em conseqüência do leilão. ?As empresas já têm condições de baratear o serviço desde já, pois têm alto faturamento?, ressaltou.

Na avaliação de Costa, as empresas deveriam concentrar os esforços em baratear as ligações pré-pagas, que envolve cerca de 80% do serviço das empresas. Além de cumprirem um papel social em favor das camadas mais pobres baixando os preços, as operadoras, segundo o ministro, estimulariam o governo a reduzir os encargos tributários sobre os serviços de telefonia móvel.

Altos e baixos do leilão

O leilão começou na terça-feira (18/12), dia em que o ágio médio superou 160%, com a arrecadação de cerca de R$ 2,44 bilhões. O segundo dia (19/12), o mais aguardado no processo de licitação por envolver a capital paulistana e 63 municípios da Grande São Paulo, frustrou as expectativas da Anatel, perfazendo um ágio médio de apenas cerca de 53%.

Nesta quinta-feira foram oferecidas oito licenças para cobertura em cidades de Minas Gerais e do Paraná. As empresas Claro e TIM compraram dois lotes cada, para ambas as áreas. Telemig e Oi também levaram licenças de Minas, enquanto Vivo e Brasil Telecom adquiriram os lotes restantes para municípios paranaenses.

Os quatro lotes referentes à área que cobre Minas Gerais, exceto a região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, foram adquiridos por cerca de R$ 172,3 milhões, um ágio de 36,51%, os quatro referentes à área que cobre as cidades de Londrina e Tamarana, no Paraná, foram adquiridos por cerca de R$ 17,7 milhões, que representou um ágio médio de 36,41%.

Oito grupos empresariais (Brasil Telecom, Claro, CTBC, Nextel, Telemig, TIM, Oi e Vivo S.A) disputam os 36 lotes, mas nem todos obtiveram sucesso. As que arremataram mais lotes foram as quatro principais operadoras de telefonia móvel do país. A Claro, do grupo mexicano América Móvil, ficou com nove, a TIM, do grupo italiano de mesmo nome, levou oito, enquanto a Vivo, joint venture entre a Portugal Telecom e da Telefónica, comprou sete licenças. A Oi (ex-Telemar) ficou com cinco.

A CTBC adquiriu três licenças e a Brasil Telecom e a Telemig, recentemente comprada pela Vivo, ficaram com duas cada.

Com informações da Agência Brasil.

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