O mercado de tablets fechou o terceiro trimestre de 2023 com queda de 13,5% em relação ao mesmo período de 2022. Entre julho e setembro desse ano, foram comercializados 482 mil aparelhos, dos quais 343 mil foram destinados ao varejo e 139 mil ao segmento corporativo.
Os resultados são, respectivamente, 8,6% e 23,7% menores do que os de 2022 e fazem parte do IDC Personal Computing Devices Tracker Q3 2023, um estudo realizado pela IDC Brasil.
Segundo Renato Meireles, analista sênior de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, o mercado de tablets está mais reduzido a cada trimestre, principalmente para os modelos de entrada. "Esse cenário tem um impacto direto do cenário macroeconômico e refletem baixa demanda por parte dos setores corporativos, que não planejam troca ou adquirir mais tablets para suas companhias".
Entretanto, apesar do momento de baixa, o analista da IDC destaca que é possível perceber um interesse maior dos consumidores por aparelhos com telas maiores e especificações mais robustas. "Há mais espaço para modelos intermediários e premium. Se por um lado houve uma queda grande em volume total de dispositivos vendidos, por outro, a procura por tablets com tamanho de tela acima de 9" foi 38,8% maior do que no terceiro trimestre de 2022".
Outro aspecto positivo do período diz respeito à receita. O montante dos meses de julho, agosto e setembro de 2023 foi 5,5% maior do que o obtido nos mesmos meses do ano passado, atingindo R$ 766 milhões. O resultado foi estimulado pelas preferências dos usuários e pelo aumento do ticket médio dos tablets, que ficou cerca de 10,8% maior no ano contra ano, em torno de R$ 1.573. "Com o aumento da oferta e demanda por tablets com especificações intermediárias e premium, o preço médio do produto ficou mais elevado, contribuindo para que a receita também tivesse um crescimento", explica.
Expectativas do mercado de tablets
Para o ano que vem, a projeção é de uma queda ainda menos acentuada na categoria, de 2,7%, com cerca de 2,02 milhões de tablets vendidos.
O resultado do ano que vem deve ser impulsionado por novos entrantes no mercado e pelas ofertas de produtos com melhores especificações. "Nesse cenário, o varejo deve puxar a recuperação, com a expectativa de 1,39 milhão de unidades comercializadas em 2024", finaliza Meireles.