A SAP vai intensificar a proximidade com os clientes para fazer frente ao agravamento da crise econômica internacional. A estratégia da empresa alemã de software de gestão é não poupar recursos, nem materiais nem humanos, para atender o cliente de forma ágil e eficaz. "Trata-se de uma crise multi-indústria e multipaís, que afeta a todos indistintamente. Mas, ao mesmo tempo, em épocas de crise existem oportunidades, e a chave para entender onde estão essas oportunidades é uma atuação mais próxima ao cliente", explica Rodolpho Cardenuto, presidente e CEO da SAP América Latina, que também acumula interinamente a presidência da SAP Brasil.
No caso específico do mercado latino-americano, essa atuação mais próxima do cliente será um desdobramento da reestruturação das operações na região, feita no ano passado, que transformou as sub-regiões conhecidas como Região Sul, Região Andina e do Caribe em uma única sub-região, mantendo a SAP Brasil, SAP México e América Central como regiões independentes. O objetivo da mudança, segundo Cardenuto, foi consolidar dois mercados regionais críticos para a SAP América Latina e melhorar o atendimento aos clientes.
A ideia com essa maior aproximação, conta o executivo, é também atender ao que está no topo da lista das preocupações das empresas hoje, que são a governança, conformidade com as regulamentações e a administração de riscos.
De acordo com Cardenuto, a SAP elegeu três setores como estratégicos para os negócios da empresa na América Latina: financeiro (bancos e seguradoras), comércio (varejo, atacado e distribuição) e o setor público. E a escolha não foi por acaso. No caso do Brasil, por exemplo, o setor de varejo foi um dos que mais consumiu soluções da empresa, segundo o informe de resultados da SAP Brasil relativo ao terceiro trimestre do ano passado – o balanço do quarto trimestre será divulgado dia 4 de fevereiro.
Na avaliação do executivo, a maior demanda desses segmentos neste ano deve se concentrar nas soluções de business intelligence (BI), em razão não somente dos processos de negócios, governança, conformidade e administração de risco, mas também por causa do ambiente econômico mais complexo, gerado pela crise internacional. "Quando o ambiente econômico era de crescimento de dois dígitos, qualquer erro de análise poderia ser facilmente absorvido. Agora não. Com a crise, as empresas não suportam riscos", analisa Cardenuto. Para ele, o segmento de BI é de alta oportunidade para a SAP, tanto que estima que a demanda por esse tipo de solução deve aumentar neste ano na comparação com 2008.
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