A Intel elevou em 28% o investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) neste ano, para US$ 13 bilhões, ante US$ 10,15 bilhões em 2012. O aumento tem como objetivo alcançar posição de maior destaque no mercado de chip para dispositivos móveis, hoje liderado pela britânica ARM.
A Intel é líder na fabricação de chips para computadores pessoais e laptops. Dados do Gartner projetam uma queda de 3,5% na venda de PCs, incluindo notebooks, no último trimestre do ano passado — os números ainda estão sendo consolidados —, o que, por consequência, deve afetar as vendas de processadores, que vem caindo seguidamente nos últimos tempos.
O reflexo disso é que a Intel encerrou 2012 com uma queda de 1,2% na receita e de 15% no lucro líquido, de acordo com balanço divulgado na sexta-feira, 18. Em razão disso, as ações da empresa fecharam a sexta-feira, 18, em baixa na bolsa eletrônica Nasdaq. Os papeís seguiam caindo ao longo do dia, cotados a US$ 21,25 no encerramento do pregão, o que representa um recuo de mais de 6% em relação ao preço de fechamento da quinta.
Mesmo com o aumento do orçamento em P&D, analistas ouvidos por este noticiário não esperam uma mudança de imediato. Os principais fabricantes de smartphones, como Samsung e Apple, não utilizam chips da Intel e precisariam ser convencidos de que o processador para dispositivos móveis da empresa é mais vantajoso em termos de custos e desempenho.
De todo modo, a Intel já se diz pronta para produzir sua próxima geração de processadores móveis em larga escala neste ano. Em uma conferência realizada no fim de 2012, a empresa confirmou que seus novos chips usarão a tecnologia de 22 nanômetros (nm), atualmente presente em PCs e Macs com processador Ivy Bridge.
Mas, integrar novas tecnologias em processadores móveis é um processo complicado devido à natureza do SoC (system-on-a-chip), que inclui no mesmo componente coisas como memória RAM e gráficos — normalmente separados em PCs. Por isso, o aumento do investimento em P&D pode facilitar a busca da Intel para poder brigar em pé de igualdade com a ARM no mercado de processadores móveis.