O Instituto Americano Antitruste (AAI, na sigla em inglês) considera a compra da ITA, fabricante de software de reserva de passagens aéreas, pelo Google de anticompetitiva e que pode ter consequências além do âmbito da competição de mercado. Em documento publicado na sexta-feira, 18, a organização considerou que o negócio exige uma "análise muito difícil, que levanta questões mais amplas sobre políticas de competição envolvendo o rápido crescimento do Google como uma empresa única".
Segundo o presidente do AAI, Bert Foer, a compra colocaria o serviço de buscas do Google no mercado de reserva de passagens e agências on-line de viagens, e levaria a ITA para o mercado de buscas on-line. Esse movimento, conforme relatório da organização, criaria uma ferramenta única de busca por melhores serviços, de agências on-line espalhadas por toda a internet.
A grosso modo, diz o diretor de projetos especiais do AAI, Randy Stutz, autor do estudo, o negócio daria ao Google o controle sobre todo o fornecimento de serviços on-line relacionados a agências de viagem, reservas de passagens e possivelmente sobre as evoluções tecnológicas desse mercado.
Por outro lado, conforme aponta o presidente do AAI, Bert Foer, os esforços do governo americano para controlar os algoritmos de busca do Google se provaram ineficazes e, "invariavelmente levantam questões ligadas ao direito à liberdade de expressão". Sendo assim, continua Bert, a saída é que as divisões antitruste do governo "prestem atenção nos riscos envolvidos na aquisição da ITA pelo Google nos mercados de buscas, agências on-line de viagem e também no desenvolvimento tecnológico".
O AAI é uma organização civil independente, sem fins lucrativos e de incentivo à pesquisa relacionada ao direito americano. O grupo se autointitula "um contraponto à influência conservadora" na política e no direito americano.
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