Dois dias depois de a cotação das ações do Google ultrapassar a marca histórica de US$ 800 pela primeira vez, analistas de mercado avaliam que o preço dos papéis da empresa têm fôlego para subir ainda mais. Estrategistas da empresa de análise financeira CLSA preveem que o valor das ações do gigante das buscas deve superar a casa dos US$ 1 mil ainda neste ano.
A projeção é corroborada por analistas de outras companhias e leva em consideração os negócios da companhia e ativos ainda subaproveitados, como o YouTube, por exemplo. A empresa de pesquisa Bernstein Research é uma das que fazem previsão semelhante e espera que a mobilididade, juntamente com inovação contínua no sistema de buscas, "como novos formatos e melhor direcionamento de audiência", contribuirão para o crescimento da receita do Google em dois dígitos percentuais por anos. "Também acreditamos que o YouTube já é um negócio multibilionário, crescendo rapidamente e com margens operacionais sustentáveis, cujo potencial de alta ainda não é totalmente refletido", declarou Carlos Kirjner, analista da companhia, em nota.
A boa previsão não escapa a comparação com o desempenho dos papéis da Apple na bolsa eletrônica Nasdaq — depois de uma alta meteórica em setembro do ano passado, as ações da fabricante já acumulam desvalorização de 35%.
Os riscos ao Google, ainda de acordo com a Bernstein, são investimentos agressivos em pesquisa e desenvolvimento sem retorno garantido, regulação antitruste e a habilidade da empresa de continuar melhorando o retorno sobre o investimento (ROI) no sistema de buscas. "A questão fundamental [e risco] que os investidores do Google enfrentam é se ele consegue continuar a melhorar sua busca e o ROI dos anúncios, para daí então sair da linha de competição com outras mídias e ferramentas de marketing", completou Kirjner ao The Wall Street Journal.
Os papéis do Google seguem negociados em alta nesta quinta-feira, 21. Por volta das 12h30 (horário de Brasília), eles eram cotados a US$ 798,49, elevação de 0,76%.