A operadora norte-americana de telecomunicações AT&T anunciou no domingo, 20, a compra da rival T-Mobile, controlada pela Deutsche Telekom AG, por US$ 39 bilhões. O negócio envolve troca de ações e o pagamento em dinheiro e já foi aprovado pelos conselhos de administração das duas empresas.
Em comunicado, a AT&T diz que a aquisição é uma das estratégias para acelerar a implantação de redes baseadas na tecnologia long term evolution (LTE), a próxima geração da banda larga móvel. Com a compra, a operadora americana espera também expandir a base de clientes em 46,5 milhões, atingindo 95% da população americana. Segundo o executivo-chefe (CEO) da AT&T, Robert Stephenson, o negócio ajudará a levar as redes de LTE para 294 milhões de pessoas. A companhia busca se beneficiar do plano nacional de banda larga americano, elaborado pela Federal Communications Commission (FCC), órgão regulador das comunicações nos EUA, ao mesmo tempo em que espera a aprovação do governo para a compra.
Uma das justificativas estratégicas para o negócio é a extensão das redes da AT&T para as zonas rurais americanas, uma das principais metas do plano governamental de inclusão digital.
O negócio recebeu duras críticas de companhias concorrentes, que apontam que uma fusão dessa proporção provavelmente irá resultar em preços maiores para os consumidores, sem melhoria nos serviços. A AT&T defende-se afirmando que, de 1999 a 2009, período de grande consolidação no mercado americano de telecomunicações, os preços ao consumidor caíram quase 50%.
Analistas do mercado também condenam a compra, sob alegação de que será prejudicial para o setor como um todo. A AT&T e a T-Mobile, segundo eles, controlam grande parte da infraestrutura usada por outras operadoras para fornecer seus serviços, além de responderem por quase 80% de todos os usuários de telefonia móvel dos EUA.
Para a imprensa americana, a compra é vista apenas como uma forma de atacar a Verizon, hoje a maior operadora daquele país em número de usuários. Segundo dados da Forrester Research, com os clientes da T-Mobile, a AT&T passará a ter 42% dos assinantes de telefonia móvel dos EUA, ao passo que a Verizon tem 31%.
Outra justifiativa apontado pelos jornais é a redução de custos, de quase US$ 3 bilhões, mas que não deve ser alcançada sem consequências. A AT&T já afirmou que fechará todas as redes de varejo da T-Mobile onde haja redundância, e o mesmo será feito com a estrutura interna da companhia – o que resultará em cortes nas áreas técnica, de back office e de call center. Com informações do New York Times e do The Wall Street Journal.
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