O empresário Joe Berardo, que tem 2% das ações da Portugal Telecom (PT), afirmou nesta segunda-feira que é indispensável que a operadora siga no mercado brasileiro, mas destacou que os termos da parceria com a espanhola Telefónica devem ser rapidamente definidos. "São parceiros. Têm é de se entender. Mas, se não puderem chegar a um acordo, então devem se sentar e discutir alternativas", disse ele, em referência à sociedade que mantêm na Vivo.
Dizendo confiar plenamente na capacidade do presidente do conselho de administração da PT, Henrique Granadeiro, de conduzir as negociações com a Telefónica "a um bom caminho", Berardo reconheceu, no entanto, que, em caso de ruptura, uma eventual venda da Vivo sem uma alternativa concreta está fora de questão.
A permanência da PT no Brasil, onde "o potencial de crescimento é enorme", deverá ser inquestionável, sustentou o empresário. Berardo admitiu que escreveu uma carta à administração da PT sugerindo que a Telefônica fosse convidada a deixar a estrutura societária da empresa portuguesa, sobretudo depois do apoio da operadora espanhola à venda da PT para o grupo concorrente Sonae.
O empresário reconhece, no entanto, que a decisão deverá caber às administrações das duas empresas. "Os acionistas devem confiar na gestão. Se a PT está contente, então que a Telefónica fique lá, porque também é verdade que dá dimensão à PT ter a Telefónica como acionista e também como sócia no Brasil", argumentou Berardo.
Comentando a grande experiência de gestão de Henrique Granadeiro, Berardo apontou que, na condição de acionista, tem como algo imprescindível confiar na isenção do conselho de administração da PT. "O conselho de administração tem de ser isento, tem de estar lá para proteger todos os acionistas", frisou. "Nas companhias em que invisto não tenho um único representante, nem quero, mas se não confio, então algo tem que mudar."
Com informações da Agência Lusa.